Música
REVOLTA | Nova banda recheada de grandes nomes do punk/hard rock nacional provoca a ira da direita conservadora e renova as esperanças de que o rock de protesto não morreu
Anunciada no último dia 28/09, a banda Revolta traz entre seus integrantes uma constelação de grandes nomes da música pesada tupiniquim e já causa polêmica logo em seu primeiro single intitulado Hecatombe Genocida ao atrair o ódio característico da direita ultra-conservadora. Com letra de João Gordo (Ratos de Porão) e música de Guilherme Miranda (Entombed A.D.), Moyses Kolesne (Krisiun) e Iggor Cavalera (Cavalera Conspiracy e ex-Sepultura) o single lançado em video clipe produzido por Guilherme e Jhoka Ribeiro com logo e capa de Alcides Burn faz critica a maneira com que o atual governo brasileiro lidou com a pandemia global de covid-19 e ao viés racista e negacionista da ciência dos atuais ocupantes das principais cadeiras do executivo sem citar nomes, apenas um certo “Jesus nazifascista”. Confira abaixo:
João Gordo divide os vocais com a gutural Prika Amaral (Nervosa). Guilherme e Moyses tocam guitarra e Iggor assume as baquetas. Completa a banda o baixista Castor (Torture Squad). Em material de divulgação, os músicos dizem que a banda foi criada para “expressar e protestar em forma de música” diante do momento que o Brasil vive atualmente. Em entrevista a Jéssica Mars do canal Hedabangernews (confira aqui) João Gordo falou sobre as primeiras repercussões causadas por Hecatombe Genocida:
Minha letra caiu como uma bomba atômica no meio dos conservadores. A reação da galera chorando na rampa. Eu acho que se mexeu com esses caras, e se eles ficaram putos, é porque a música é muito verdadeira e serviu a carapuça certinho. Porque eu não cito o nome de ninguém na música, se eles estão se doendo… Se a música fosse cantada em inglês não iria levar essa mensagem tão direta na cara das pessoas, iria passar batido. Pois 90% da galera no Brasil não entende inglês. A letra é muito boa, é algo que eu falaria no Ratos de Porão. Fatos do cotidiano ao meu redor. Para mim é fácil escrever esse tipo de música. O Guilherme me deu um texto, peguei duas frases e musiquei.
O Revolta surge na esteira do sucesso da música Micheque da banda Detonautas que só explodiu após nossa digníssima primeira dama acusá-los de injúria, difamação e calúnia e exigir que a canção fosse retirada de todas as plataformas digitais e que não fosse mais executada em qualquer lugar público ou privado. Obviamente que nenhuma dessas exigências foi levada a sério e ainda causaram o famigerado Efeito Barbra Streisand que faz com que por mais que você tente esconder uma coisa, mais ela fique visível e em evidência.
As duas canções trazem um faixo de luz de esperança aos que entendem que a essência do rock and roll sempre foi o espírito de revolta, protesto e subversão que permearam o ritmo em vários momentos históricos no século XX com bandas como Beatles, Sex Pistols e U2. Já há décadas que o rock vem perdendo essa bandeira que vem sendo assumida pela garotada colorida do K-Pop. Não tem como um rockeiro de verdade não sorrir saudosamente ao ver os fãs de música coreana esvaziarem um comício do reacionário presidente norte-americano Donald Trump utilizando como arma o app chinês Tik-Tok, que aliás foi proibido em todos os EUA depois disso. Faz a gente lembrar que houve um tempo em que em nome do rock e da liberdade de expressão, um cabeludo boca suja chamado Dee Snider, vestido da mesma forma como se apresentava nos shows foi ao senado americano enfrentar senadores conservadores e suas raivosas esposas com um discurso brilhante que derrubou por terra todas as acusações de estar destruindo a juventude do país com suas letras que supostamente propagavam conteúdo impróprio, pornográfico, incitação a violência, uso de drogas e ocultismo. Bandas como a própria Twisted Sister de Snider e outras como Black Sabbath, Motley Crue e Judas Priest haviam sido incluídas em uma lista negra sob essas acusações.
Esperamos sinceramente que essa nova onda de luta em forma de música cresça e se torne uma realidade nos tempos sombrios em que vivemos nos dias de hoje. Afinal, arte sempre esteve associada a vanguarda. E é de vanguardismo que precisamos para enfrentar conservadorismo tóxico e poeirento.
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