TRIÂNGULO DO MEDO | Uma pérola esquecida no Prime Video

Triângulo do Medo

Poster de Triângulo do Medo. Imagem da internet

Alguns filmes são lançados lá fora e por alguma razão a produtora acredita que o mesmo, por ser mais artístico que comercial, não mereça tanto destaque. Ainda mais que a película não tem um gênero firmemente definido. E foi assim que Triângulo do Medo (Triangle, no original) foi lançado em 2009 e acabou saindo por aqui somente em DVD no ano seguinte, aparecendo por pouco tempo na Netflix e agora no Prime Vídeo, o serviço de streaming da Amazon.

Ele não é um filme “fácil de digerir“, mas também está longe de ser um filme totalmente cerebral. É uma obra para aqueles que gostam de pensar sobre o que viram e que não mostra uma linha de pensamento linear para entendimento. Então se você quer só mais um passatempo, deixe pra depois. Caso contrário, segure a pipoca por que o impacto é bem grande!

Nada é o que parece

Triângulo do Medo começa mostrando Jess (Melissa George) e seus amigos embarcando numa viagem de veleiro num sábado ensolarado. Jess está um pouco perturbada, mas logo é consolada por Greg (Michael Dorman) o dono do barco. Juntos estão Sally (Rachael Carpani) e seu marido Downey (Henry Nixon) e uma possível pretendente para Greg conhecida como Heather (Emma Lung). A viagem segue tranquila até que inesperadamente encontram uma tempestade e o barco vira, deixando todos à deriva.

O que parecia ser um fim de semana de diversão se torna então questão de sobrevivência. Mas as coisas mudam quando um navio estilo europeu antigo aparece no meio do caminho. Sem alternativas, a única chance é embarcar no mesmo. Mal conseguem subir e descobrem o que imenso transatlântico está vazio, como um grande navio fantasma. Os corredores estreitos, o silêncio do navio, a atmosfera de suspense, tudo leva a crer que iremos ter mais um filme de sustos num navio.

Naufrágio

Talvez, se não fosse o fato de descobrirmos que há alguém no navio e essa pessoa quer matar todos os recém chegados. Eles se dispersam e começam a serem mortos, um a um, sobrando apenas Jess. Ela confronta o assassino, que antes de morrer, avisa que se ela quiser ir embora pra casa, precisa matar todos os seus amigos.

E nesse momento, da amurada, Jess vê o veleiro tombado e seus amigos se aproximando no navio. Ela e a audiência descobrem-se dentro de um laço de tempo, destinado a se repetir.

Lá e de volta outra vez

Jess dentro do círculo de tempo. Imagem da internet.

Com perdão do trocadilho, o grande trunfo de Triângulo do Medo é não ser um filme de laço temporal repetitivo. Diferente de tudo que já vimos em filmes dessa temática, a película se esforça pra nos dar outros pontos de vista durante cada uma das voltas no tempo, ou seja, cada vez que os amigos entram no navio. Já sabemos que a protagonista Jess vai do ponto A ao ponto B, mas o que nos prende é o que acontece exatamente no meio desses pontos, e nisso o filme é magistral.

Melissa George se entrega bastante ao papel e a cada interação dela com o laço temporal vemos clara e lentamente sua mudança de personalidade e aos poucos vamos entendendo seu propósito na trama. De fato, o laço temporal acaba sendo um contexto mais amplo do que estamos acostumados a ver. Conforme a história se desenrola, vamos aprendendo junto com Jess o que fazer e supor como terminar esse problema, apenas o suficiente pra sermos surpreendidos a cada laço.

Cena icônica do filme. Imagem da internet

E então…

Triângulo do Medo se baseia numa premissa já manjada do laço temporal, mas trabalha muito bem o mesmo pra nos apresentar algo praticamente inédito. O filme é uma produção Inglaterra-Austrália e tem um aspecto muito diferente do que estamos acostumados a ver em caras produções hollywoodianas. Aqui o objetivo é contar de fato uma boa historia, com uma direção coesa e atores muito bem escolhidos pros papéis.

Jess e seus múltiplos círculos. Imagem da internet

O final do filme vai pegar muita gente de calças curtas. Já aviso que o final é muito bom sim, mas pode não ser o que você estava esperando. Ou talvez seja, se você estiver sintonizado com a trama. Existem várias explicações na internet sobre este final, algumas até muito boas, mas eu prefiro sempre pensar e analisar por mim mesmo aquilo que eu estou assistindo. Recomendo que faça o mesmo.

Me disseram que é bom assistir Triângulo do Medo mais de uma vez, por que dá pra perceber alguns elementos da trama invisíveis durante a primeira assistida. Talvez eu faça e se isso melhorar a experiência, volto aqui pra contar pra vocês. Sei que a primeira vez que vi valeu bastante a pena.

Nota: 4,5/5

SIGA-NOS nas redes sociais:

FACEBOOK: facebook.com/nerdtripoficial

TWITTER: https://twitter.com/Nerdtrip1

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/nerdtripoficial/channel/

YouTube: https://www.youtube.com/c/NerdtripOficial

Tik Tok: https://www.tiktok.com/@nerdtripoficial?lang=pt-BR

VISITE NOSSO SITE: www.nerdtrip.com.br

Veja também:

CRUNCHYROLL ANIME AWARDS 2022 | Conheça os vencedores da maior premiação global de animes

OSCAR 2022 | Ataques dos Cães é o mais indicado com 12 categorias

MOONFALL – Emmerich destrói a Terra (de novo!) | Crítica do Neófito

MAUS | Efeito Streisand faz HQ ir para o topo das vendas no site da Amazon

A LENDA DO CAVALEIRO VERDE – Filosofia visual | Crítica (tardia) do Neófito