Críticas
365 DIAS: HOJE – O erótico broxante | Crítica do Neófito
Quando, em 2020, estreou, na Netflix, o filme 365 Dias (ou 365 Days / Dni), baseado no primeiro livro da trilogia erótica homônima concebida pela escritora polonesa Blanka Lipińska, ocorreu verdadeiro alvoroço em torno da história da executiva Laura Biel (personagem a cargo de Anna-Maria Sieklucka), sequestrada pelo mafioso Don Massimo (Michele Morrone) para que se apaixonasse por ele neste período de um ano.
Em pleno auge do baixo-astral causado pela pandemia do Coronavírus, o longa – recheado de cenas de nudez e sexo simulado (algumas até bem coreografadas) – foi uma boa surpresa e alívio para aquele período pesado e triste, causando alvoroço pela sua alta carga erótica e temas polêmicos, como Síndrome de Estocolmo, sexismo, machismo e relacionamento abusivo.
Ainda assim, o filme “causou”, por mostrar o casal de belos atores se pegando por qualquer motivo e em qualquer ocasião, justamente num momento em que ninguém estava podendo se tocar ou ao menos se encontrar fisicamente com amigos e parentes próximos.
Havia um fiapo de roteiro, mas ainda existia uma história envolvendo “famiglie” mafiosas e disputa pelo poder, de modo que o final do filme deixava enorme suspense no ar, com a aparente morte da personagem principal num acidente ou atentado a bomba em seu carro.
O filme de 2020, porém, foi filmado antes da pandemia. Sua continuação teve que esperar um pouco, além de obedecer aos parâmetros sanitários estabelecidos após o desenvolvimento das variantes do SARS-Cov 2 e os primeiros passos da imunização mundial por meio das vacinas.
Eis, então, que o aguardado segundo longa – 365 Dias: Hoje – estreia no final de abril de 2022, cercado de expectativas e ansiedades.
Todavia, o filme é o típico exemplar do que se pode chamar de bomba!
Ruim do princípio ao fim, chega a ser quase torturante assistir a esta produção pretensiosa, metida a estilosa e de erotismo digno de produções pornôs.
Foto: Divulgação (ela está rindo da cena ou da nossa cara??)
A atuação dos atores parece ter nitidamente piorado do último longa para este. O que era curioso na primeira produção, agora soa como exagero e pastelão. Novelas mexicanas exibidas pelo SBT nas tardes semanais apresentam atuações mais convincentes e verdadeiramente dramáticas do que as que 365 Dias: Hoje trás. A única exceção fica por conta de Sieklucka, mais uma vez despida de maiores pudores para contracenar nua e exposta para dois atores diferentes a tocando e lambendo sem nenhuma censura. Sua personagem não tem muito o que apresentar, mas a atriz faz o básico e consegue soar menos falsa que os demais colegas de cena.
Dizer que o filme não tem história é pouco. Há fiapo de trama – que serve apenas de desculpa para desnudar a personagem de Laura – e uma infinidade de clichês para sugerir algum mistério ou plot twist, que qualquer um com algo a mais do que dois neurônios conseguirá decifrar. Mas para falar que não há nenhum arco paralelo ao do casal de protagonistas, ocorre o romance da amiga de Laura – Olga, interpretada por Magdalena Lamparska – e o novo braço direito de Massimo, Domenico (Otar Saralidze), cujas cenas de amor tentam ser divertidas, mas são apenas patéticas.
Presentear o Natal do marido “que tem tudo” com uma noite de sexo selvagem convencional – sendo que o casal faz sexo selvagem convencional em qualquer oportunidade desde o filme anterior – é de um primarismo irritante. [ALERTA DE SPOILER A SEGUIR] Ah, mas a cena serve de gatilho para Massimo revelar que tem um irmão, o qual, por óbvio, é seu gêmeo do mal e revoltadinho por ter sido desprezado, estando louco para se vingar, junto com antiga amante do irmão. Previsível até demais!
Laura – a qual, aliás, está grávida! – após cair na armadilha criada pelo cunhado maligno, foge para ser amparada pelo belo Nacho (interpretado pelo bonitão Simone Susinna), o sensual “jardineiro” de seu marido, mas que dirige um carrão e vive todo verão italiano em bela casa de praia, surfando o dia inteiro e comendo do bom e do melhor. Claro que o moço não é apenas “jardineiro”, né? Mas, pelo menos, é bonito o suficiente para fazer Laura se contorcer em sonhos eróticos para lá de calientes, devidamente retratados pela lente dos diretores (sic!) Barbara Białowąs e Tomasz Mandes.
Foto: Divulgação (vai ter muita gente oferecendo jardim para esse cara cuidar!)
E tome câmera lenta para mostrar cenas de sexo, violência (tem um tiroteio no “clímax” do filme!), e a língua dos atores passando uma na outra ou no peito do colega de cena.
Ao final, temos outro epílogo aberto e impactante, a deixar o espectador temeroso pelo destino de Laura e seu bebê na barriga…
Só que não.
Afinal, todo o suspense do final do filme anterior é resolvido, neste, com uma única e lacônica informação de Laura de que “quase morreu” na mencionada explosão do carro, sem quaisquer outras informações, detalhes ou desdobramentos. O carro deve ter explodido por combustão natural, claro, ou, então, deve fazer parte de outra trama macabra dos inimigos de Massimo para o atingir em seu ponto mais fraco: sua paixão desenfreada por Laura! Mas, o que explode mesmo, é a paciência do público, com essa trama chinfrim e clichezada, além de surpreendentemente machista e sexista, mesmo tendo sido baseada em livro, roteiro e direção com participação ativa de mulheres. Mas, agora, nem as cenas de sexo salvam essa produção!
A única coisa aproveitável em 365 Dias: Hoje é a belíssima fotografia, em cenários italianos de perder o fôlego.
O que é muito pouco, convenhamos.
Se vc quer ver algum erotismo recheado de romance, tensão sexual e tesão mais verdadeiros, até mesmo a segunda temporada de Bridgerton tem mais a oferecer que este filme pretensamente erótico.
Se for assistir, vá por sua conta e risco, mas não deixe de usar proteção!
Foto: Divulgação (quase melhor levar um tiro dessa arma do que ver esse filme!)
Nota: 1 / 5 (ruim)
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