Críticas
STRANGER THINGS S03 | Crítica do Neófito
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AVISO: Essa crítica contém SPOILERS!!!!!!!
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A terceira temporada de Stranger Things, a aclamada série do Netflix, não perde tempo com enrolações desnecessárias e já parte logo para a ação, passando ao desenvolvimento da trama que permeará seus 8 episódios.
Uma decisão acertada, afinal, praticamente todos os personagens já são conhecidos e muito bem desenvolvidos.
Tudo que a série faz é “dar uma situada” no espectador, no sentido de mostrar que alguns dos garotos cresceram e estão namorando – Mike (Finn Wolfhard) com Eleven (Millie Bobby Brown), Lucas (Caleb McLaughlin) com Max (Sadie Sink), e Dustin (Gaten Matarazzo) com Suzie (Gabriella Pizzolo) –; que outros personagens estão trabalhando – Nancy (Natalia Dyer) e Jonathan (Charlie Ross Heaton) como estagiária e fotógrafo do jornal da cidade, Steve (Joe Keery) como atendente de sorveteria no novo shopping da cidade e Billy (Dacre Montgomery) como salva-vidas –; enquanto os demais estão repensando a vida ou continuando a ser quem sempre foram – Hopper (David Harbour) como chefe de polícia e pai “postiço” de Eleven, Joyce (Winona Ryder) como atendente de supermercado, Will (Noah Schnapp) como adolescente que adora RPG etc. e tal.
Foto: Divulgação
A novidade fica por conta de Robin (Maya Hawke, filha de Uma Thurman e Ethan Hawke) – ótima no papel da parceira de Steve na sorveteria –, o prefeito mal caráter Larry Kline (Cary Elwes) e os “malvados” (e clichezados) agentes russos.
Destaque também para a irmã de Lucas, Erica (Priah Ferguson), que, mesmo sendo altamente “xexelenta”, rouba várias cenas; e o doidivanas Murray (Brett Gelman), que retorna após marcante presença na segunda temporada.
Foto: Divulgação
Nesta terceira aventura, o Devorador de Mentes muda sua tática e, ao invés de atacar de forma sutil a partir do Mundo Invertido e mediante a utilização dos Demogorgons, resolve formar um corpo para si no mundo real para matar Eleven, a única capaz de fazer frente a seu poder.
E dá-lhe cenas nojentas de corpos de ratos e humanos de liquefazendo para desenvolverem a forma física do Devorador de Mentes, como uma massa de carne com aproximadamente 10 metros de altura. Sua transformação lembra bastante o filme A Bolha Assassina (1958 e 1988).
Foto: Divulgação
A série, como sempre, está perfeita na reconstrução da década de 1980, seja nas músicas, no figurino, na ambientação, nos carros ou nas referências da cultura pop (em especial, a que se refere a De Volta Pro Futuro, de 1985, e a impagável cena que remete a História Sem Fim, de 1984).
Os personagens continuam cativantes e o clima de aventura e ameaça, permeado com humor permanece em igual qualidade.
A mudança da nova temporada está num clima mais “fantástico” e numa maior pegada de “terror”. O ritmo e a sequência de acontecimentos – com mais lutas físicas e tiroteios, remontando a Rambo e filmes de ação oitentistas – também são mais acelerados, com a trama se desenvolvendo em quatro núcleos distintos: Steve, Robin, Dustin e Erica nas instalações secretas dos russos sob o novo shopping; Nancy e Jonathan investigando por conta própria os relatos sobre o comportamento estranho dos ratos da cidade; Hopper e Joyce contra o superagente russo; e Mike, Eleven, Lucas, Max e Will – além de enfrentarem seus conflitos adolescente-amorosos – confrontando um superpoderoso Billy, infectado pelo Devorador de Mentes.
Foto: Divulgação
Tudo se conecta ao final – claro! – num clímax que se desenvolve na base dos russos e na praça de alimentação do shopping, num competente show de efeitos especiais (apenas os fogos de artifício usados como arma contra o mostro ficaram bastante “artificiais”).
Um dos problemas das séries e filmes de fantasia de sucesso é a necessidade de sempre sofrerem um upgrade na sua sequência e, mesmo uma série de tão alta qualidade quanto Stranger Things não escapa dessa sina. A necessidade de se criar algo maior e mais impactante acaba por prejudicar um pouco certos detalhes da história.
Desse modo, a caracterização dos russos e do prefeito corrupto de Hawkins é demasiadamente estereotipada; a dinâmica entre Hopper e Joyce, apesar de divertida, algumas vezes soa forçada; o Devorador de Mentes físico é apenas um monstro do tipo Alien, e não o ser inteligente e estratégico como dava a entender nas temporadas anteriores; a (falta de) explicação para a perda de poderes de Eleven é conveniente e pouco convincente; a estrutura da base secreta russa é confusa e ilógica (os dutos de ventilação se tornam mais largos ao longo da trama e segundo a conveniência da história); Max e Eleven se lançam às compras no shopping sem se explicar de onde veio o dinheiro; dezenas de pessoas da cidade morrem com repercussão quase zero; os personagens enfrentam a morte e ameaças gigantescas sem nenhum trauma aparente, seguindo em frente com absurda rapidez, quando, no mundo real, todo mundo ficaria traumatizado (ou pelo menos paranoico) com aqueles eventos.
Foto: Divulgação
Mas, mesmo com essas observações, Stranger Things S03 é diversão e entretenimento de primeira, valendo cada frame.
O episódio final é bastante impactante, melancólico, um pouco triste e muito bonito, com algumas mortes definitivas (e até esperadas) e uma (que pode não ter ocorrido de fato) muito surpreendente. Para entender o que se diz, deve-se ver com atenção a cena pós-crédito.
Com a saída da família Byers (Joyce, Jonathan e Will), junto com Eleven, de Hawkins, fica o questionamento se haverá uma nova temporada, mas pela já mencionada cena pós-crédito, tudo indica que não demorará para mais um capítulo da saga de Stranger Things.
Haverá, com certeza, a necessidade de haver alguma expansão na trama, que ganhará dimensão geográfica bem maior, não só para todo o estado de Indiana, como em âmbito internacional, afinal, os russos da URSS mostram que não estão para brincadeira.
Além disso, as “crianças” estão cada vez maiores e seus dramas precisam evoluir.
Aos espectadores do outro lado da televisão, resta aguardar e torcer para que uma nova temporada não tarde tanto!
Que venham mais coisas estranhas!!!!!
PS.: ah, não deixem de assistir ao Arena sobre a terceira temporada de Stranger Things, que está muito bom!!!!
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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)
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