Connect with us

Críticas

KATE | Crítica do Neófito

Publicado

em

As décadas de 1980-90 ficaram marcadas pela testosterona dos astros de ação estilo brutamonte-anabolizados, como Arnold Schwarzenegger, Sylvester Stallone, Van Damme e companhia limitada.

Agora, nos anos 2000-2020, chegou a era das mulheres “bad ass”, que encaram qualquer brucutu na unha, de igual para igual.

Como exemplo, podemos citar A Noiva de Kill Bill, vivida por Uma Thurman (2003); a Hit Girl interpretada por Chloe Grace Moretz (Kick-Ass, 2010); a superagente Lorraine, no corpo da maravilhosa Charlize Theron (Atômica, 2017); a linda e letal Anna, no filme homônimo de 2019, vivida pela ex-modelo Sasha Luss; a determinada Ali, pele e rosto de Ruby Rose, no pequeno cult-trash A Protetora (2020); a mortal Ava, de Jessica Chastain (2020); a marine boa de briga Natalie, de Milla Jovovich, no irregular Monster Hunter (2020); e a explosiva e imprevisível Lindy, vivida com gosto pela veterana em filmes de ação, Kate Beckinsale, no divertido Jolt (2021).

E isso para ficar apenas nos mais badalados!

Fresquinho no catálogo da Netflix (tendo estreado no dia 10 de setembro), agora é a bela Mary Elizabeth Winstead que ganha uma personagem muito bad ass para chamar só de sua, no dinâmico e estiloso Kate (2021), estreia na direção mainstream do francês Cedric Nicolas-Troyan.

Foto: Divulgação (vocês mexeram com a bonitona errada!)

Bem clichê, Kate – a personagem título vivida por Winstead, assim como os acima mencionados Anna e Ava – é uma assassina mercenária supertreinada pelo “paternal” Varrick (Woody Harrelson, no piloto automático), no manejo de armas e combate corpo-a-corpo, que vive no Japão atual, matando alvos pré-determinados com precisão cirúrgica.

Contratada para matar membros de certo braço da Yakusa, Kate acaba tendo que quebrar uma regra pessoal de trabalho, de nunca envolver crianças nas execuções. No caso, ela acaba tendo que balear o alvo na frente da filha dele: a belíssima Ani (Miku Martineau, ótima).

Cansada desta vida de mortes, Kate resolve se aposentar após um último serviço, porém, neste meio tempo, acaba sendo envenenada com Polônio 204, um composto radioativo cem por cento letal, que a irá matar em aproximadamente 24 horas, tempo de que dispõe para saber quem a mandou envenenar, descobrir seu paradeiro e se vingar.

A partir daí, temos um divertido filme de lutas, tiros e mortes ao estilo John Wick, com Winstead se divertindo em coreografias de lutas mano-a-mano, com faca ou qualquer outro tipo de objeto cortante, sempre caprichando nas caras e bocas de mulher má e determinada, apesar de cada vez mais debilitada pelo veneno em suas veias.

A bela atriz principal se mostra despojada de pudores, pois se permite aparecer suada e suja de sangue em 80% do filme. Desconfio, até, que ela realmente cortou de fato o próprio cabelo numa certa sequência (claro que não, né?). Sua personagem sofre o diabo, apanhando feio algumas vezes e batendo forte em outras.

Não é preciso criar muitas camadas na bidimensional personagem principal, de modo que, o que importa mesmo, é a performance física. Nisso, Winstead dá show, amparada por boa edição; fotografia sempre clara, que tira máximo proveito dos tons neons da capital japonesa; roteiro simples e direto; ótima trilha sonora japonesa; câmera bem posicionada e efeitos visuais e especiais muito bons (obrigação para um cineasta que se destacou como supervisor de efeitos especiais de filmes como O Caçador e a Rainha do Gelo, de 2016).

Todos os demais personagens servem apenas de simples moldura para que Winstead pinte e borde à vontade com sua letal e muito determinada Kate, à exceção da já mencionada solar Ani, vivida pela inspirada Miku Martineau, que faz milagre com o fiapo de roteiro e arco de desenvolvimento de sua personagem, que vai acabar interagindo com a assassina de seu pai, quando as duas descobrem terem interesses em comum.

Foto: Divulgação (mortíferamente angelical)

O filme lembra muito um anime em termos de estética e de estilo de trama e roteiro, abusando da violência gráfica que, no entanto, justifica-se pela temática da história. Até o humor meio sem graça dos típicos desenhos japoneses está presente, como, por exemplo, na obsessão de Kate por um determinado suco ou hidrotônico.

Ah, claro, todo mundo do filme, apesar de ser japonês, fala inglês fluente (argh!!).

Kate é, assim, ótimo divertimento descerebrado para quem curte um bom filme de pancadaria. Passa rápido e chega até a deixar um gostinho de quero mais, ao ponto de não surpreender se, de forma mágica, a Netflix arrumar jeito de ressuscitar a protagonista ou dizer que ela não estava tão envenenada assim, do mesmo modo que fizeram com Chris Hemsworth em Resgate (2020), ou com Jason Statham, no surtado Adrenalina 2: Alta Voltagem, de 2019.

Quem viver verá!

Foto: Divulgação (se é para morrer, que seja com estilo!)


Nota: 3,5 / 5 (muito bom)


SIGA-NOS nas redes sociais:

FACEBOOK: facebook.com/nerdtripoficial

TWITTER: https://twitter.com/Nerdtrip1

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/nerdtripoficial/

VISITE NOSSO SITE: www.nerdtrip.com.br


VEJA TAMBÉM:

INSÔNIA NERDTRIP #03 | The Day After e Threads – Qual o melhor filme sobre guerra nuclear?

EMILY EM PARIS S02 | Netflix disponibiliza teaser do 2º ano da série de inesperado sucesso

COBRA KAI S04 | Netflix solta um teaser da nova temporada de seu grande sucesso

THE SANDMAN | Netflix deixa todo mundo #nerdtripnews #babando com o teaser da série baseada na obra de Neil Gaiman

 

Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

Comente aqui!

Mais lidos da semana