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Críticas

ESPOSA DE ALUGUEL | Crítica do Neófito

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Depois de Pantanal, a produção audiovisual brasileira de maior sucesso em 2022 é a comédia romântica Esposa de Aluguel, produção original da Netflix, protagonizada por Caio Castro e Thati Lopes (conhecida humorista do Porta dos Fundos), inclusive com altíssimo número de acessos no exterior!

Trata-se de uma comédia rasgada que mistura elementos clássicos e bastante clichês do gênero cinematográfico a que pertence, cujo enredo se compõe do amálgama do clássico Namorada de Aluguel (1987) mais Armações do Amor (2006), com a pegada de cinema nacional. Infelizmente, para quem assistiu e gosta dos mencionados filmes acima, isso já depreende um enorme spoiler da trama da película nacional em análise.

A produção é modesta e econômica e os personagens bastante rasos e estereotipados. O roteiro é de uma simplicidade grosseira, optando por saltos temporais enormes na contação da história, uma vez que seus protagonistas não denotam nenhum tipo de evolução mais complexa ou inesperada, sem falar em erros de continuidade ou explícitos falseamentos, como a “doença terminal” da mãe do protagonista, Carlota, vivida de forma histriônica pela talentosa Patricya Travassos.

E o que se dizer da trama?

Luiz (personagem do belo Caio Castro) é o único filho homem e o caçula dentre mais três irmãs – Maria Eugênia (Fafá Rennó), Maria Clara (Bruna Louise) e Maria Inês (Mariana Xavier) – da mencionada Carlota. Apesar do notório talento culinário, ele se recusa a trabalhar como cozinheiro ou chef, preferindo viver sob o teto e às expensas da mãe. Além disso, o rapaz segue uma rígida filosofia de vida, que compreende métodos específicos para não se apaixonar por nenhuma mulher, o que envolve três regras bem específicas: “sempre falar a verdade”, “nunca ficar numa relação por mais de três meses” e “jamais dormir com suas parceiras sexuais” (a la Christian Grey).

Foto: Divulgação (existe vida após o casamento??)

Isso tudo para desespero de sua mãe sessentona, que não vê a hora de ver Luiz casado para poder aproveitar o que lhe resta de vida, uma vez que a onipresença do filho a impede de fazer qualquer coisa que não seja o se dedicar aos tumultuados encontros familiares de fim-de-semana.

Durante a comemoração de seu aniversário, Carlota passa mal e, para surpresa de todos, recebe o diagnóstico terminal de apenas mais 6 meses de vida. Como último pedido, alega querer ver o filho casado, para o agora desespero de Luiz, o qual, para satisfazer o desejo da “condenada” mãe, mas sem precisar de, de fato, cumprir o pedido dela, resolve contratar a falida atriz Lina (Thati Lopes, soberana) para fingir ser sua falsa noiva e futura esposa.

O resto é facilmente dedutível, incluindo, obviamente, um terceiro elemento na dinâmica do casal Luiz e Lina, na pele da linda Polliana Aleixo, interpretando o interesse romântico do protagonista, Suelen Glória (nome super-criativo, convenhamos!).

Com isso, a história segue a cartilha básica das comédias românticas, acompanhando o envolvimento gradativo dos protagonistas, os recuos diante da obviedade dos sentimentos que já os arrebata, as investidas da nêmesis encarnada na figura da engraçada Maria Inês (Mariana Xavier), as adversidades resultantes da inevitável revelação do esquema – que inclui até uma “grande reviravolta” na história – e o indefectível momento de expectativa pela redenção e reencontro do casal.

Ou seja, nada do que já não se tenha visto em milhares de filmes do gênero, não representando spoiler o que se expôs, haja vista o caráter formulaico das comédias românticas.

Ainda assim, Esposa de Aluguel agrada, muito em função da química estabelecida entre Thati Lopes e Caio Castro, muito bem aproveitada pela diretora Cris D’Amato. A atriz oriunda do cast do portal Porta dos Fundos, além de incrivelmente talentosa, bonita e divertidíssima, parece totalmente desprovida de pudores, jogando-se na personagem Lina como alguém que salta de bungee jumping, chegando até mesmo a um certo exagero (como na cena em que precisa chorar). Já o galã Caio Castro se mostra limitado por sua beleza e persona, buscando fazer humor na base de algumas caretas com olhos esbugalhados e penteados que oscilam entre o sexy-desgrenhado e o sexy-samurai. Mesmo assim, cumpre bem seu papel, o qual, diga-se de passagem, não exige nenhuma performance shakespeariana.

Os 107 minutos do filme passam rápidos e sem dor para quem os assiste, divertindo e cativando, apesar das enormes deficiências estruturais, como as acima apontadas. De modo que recomendamos aos tripulantes do Nerdtrip que deem chance a mais esta produção nacional, valorizando a tão vilipendiada cultura artística brasileira.

Você pode até se apaixonar pelo filme!

Foto: Divulgação (nada mais romântico do que um encontro no viaduto, não é mesmo?)


Nota: 3 / 5 (bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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