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Críticas

SOFTIE | Filme francês trata com desinteresse tema muito atual

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Softie

Em que momento da vida nos damos conta de nossa própria sexualidade? Uma criança, mesmo com inteligência mais madura, teria um amadurecimento sexual de igual proporção? Um criança em um lar problemático, teria seu amadurecimento sexual feito de forma correta? Esses são os temas que Softie (Petite Nature, 2023) de Samuel Theis tenta trabalhar, mas se perde na própria direção.

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Johnny em seu olhar mais puro. Imagem do filme

Softie é um filme francês de drama e de amadurecimento. Ele conta a história de Johnny Jung (Aliocha Reinert), um garoto de dez anos que vive com a mãe Sonia (Mélissa Olexa), um irmão e uma irmã. Eles se mudam para um conjunto habitacional precário na França e isso dá a partida em várias situações. Johnny apresenta uma mentalidade mais amadurecida para sua idade e quando se encontra com o novo professor Jean Adamski (Antoine Reinartz), ele começa a explorar melhor o mundo e seus próprios sentimentos.

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Johnny e seu professor Jean. Imagem da internet

Sensível, mas sem direcionamento

Softie é um filme dramático, isso não deixa dúvidas. Logo de início vemos os problemas de Johnny em entender o comportamento de sua mãe, deixando a casa onde moram e largando mais um de seus namorados para trás. O garoto ainda veria sua mãe embriagada mais de uma vez, sendo carregada pelas pessoas ou ainda fazendo sexo com desconhecidos. Todo esse impacto, além da obrigação de cuidar da sua irmã e se adaptar à vizinhança tóxica, interferem em sua vida escolar.

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A família Jung de mudança. Imagem da internet

A grande surpresa pra mim foi a interpretação de Aliocha Reinert, que é brilhante em demonstrar os sentimentos de Johnny, inclusive nas cenas sem diálogos. Porém deixar que o garoto carregue o filme nas costas é no mínimo ingênuo. Os demais personagens acabam sem suporte e sem força, muitas vezes derrubando o protagonismo do garoto.

 

Dificil de entender

Softie começa confuso e a história só vai fazer sentido lá no terceiro ato. Primeiro por que a edição peca muito em algumas cenas. Cortes abruptos, mudança de cenário sem sentido, troca de ambiente de formas inesperadas. Tudo isso talvez pra representar a confusão da cabeça de Johnny, mas é muito cansativo para o expectador, inclusive deixando algumas cenas sem sentido.

Segundo que o filme não se concentra em mostrar algo específico ou ordenado. É sobre o lar problemático de uma criança? É sobre amadurecimento precoce? Sobre o amor? Sobre sexo? Ou tudo isso junto e misturado? Sim e não para todas as respostas! Samuel Theis, que também é co-roteirista do filme, não permite tempo suficiente para que consigamos absorver aquele momento da película. Levei metade do filme pra entender que o homem que Johnny abraça no começo do filme não é sequer seu pai, e sim apenas um dos “ficantes” da sua mãe. Isso por que precisamos colher as poucas pistas que são dadas em cenas muitas vezes lentas e desnecessárias.

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Johnny e sua mãe. Cena do filme

O fim do filme é palatável. Você consegue ligar alguns pontos, mas ainda assim, fica sem entender o que assistiu ou sobre o que está sentindo efetivamente. Deve ter pena de Johnny? Felicidade? Surpresa ou alegria? O filme causa um misto de sensações que são pálidas e frágeis, perdendo a conexão com o expectador assim que termina.

Uma pena. Um tema muito atual, com um ator surpreendente deveria ter recebido um tratamento melhor. Diferente do protagonista, o filme amadureceu devagar e interrompeu seu crescimento antes da hora, permanecendo na infância quando poderia ser um jovem de vanguarda.

 

Nota: 2/5

Corre bem, mas não decola


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Desenvolvedor de sistemas, escritor, jogador de RPG, fanático por jogos de tabuleiro, leitor voraz. Tento salvar o mundo nas horas vagas, mas é difícil por que nunca tenho horas vagas...

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