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A RODA DO TEMPO | Resenha do episódio “A Partida” (01×01)

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A Roda do Tempo estreou dia 19 de novembro, pelo Prime Video, o serviço de streaming da Amazon, disponibilizando logo de cara os três primeiros episódios de uma só vez (os seguintes serão lançados semanalmente, às sextas-feiras). Ao que parece, depois do grande sucesso de Game of Thrones, todo serviço de streaming quer um “Guerra dos Tronos pra chamar de seu“.

De fato, a própria HBO já tem sua continuação engatilhada, a prequel House of Dragons. A Netflix tem The Witcher, com nova temporada no forno. Já a AppleTV+, o streaming da Apple, lançou Fundação, baseado na aclamada Trilogia da Fundação por Isaac Asimov. O Disney+ já anunciou a produção de As Cronicas de Spiderwick (baseado nos livros de Holly Black) e Percy Jackson (a conhecida série de livros de Rick Riordan), ambas buscando o público adolescente.

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As grandes sagas dos streamings

A própria Amazon já tem na agulha a produção da série Senhor dos Anéis. Mesmo assim, não foi tanta surpresa quando anunciou A Roda do Tempo, baseada na série de livros de mesmo nome criada por Robert Jordan (e finalizado por Brandon Sanderson após a morte de Robert). Parece que a era das grandes sagas, sejam boas ou ruins, está longe de acabar.

 

A Roda do Tempo não pára de girar

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O autor Robert Jordan. Foto da Wikipedia

James Oliver Rigney Jr. é mais conhecido pelo seu pseudônimo Robert Jordan. O autor estadunidense lançou o primeiro volume de A Roda do Tempo, intitulado O Olho do Mundo, em 1990. A série conta com quatorze volumes, mas apenas onze deles foram escritos por Jordan. Os três últimos foram escritos por Brandon Sanderson, seguindo orientações estritas deixadas pelo autor à sua família e agente literário.

Sanderson foi escolhido por estes por causa do seu elogiado trabalho na série de livros Nascidos da Bruma (Mistborn). Dizem os rumores na internet que George R.R. Martin também tem orientações por escrito para terminar sua série de livros Guerra dos Tronos que, segundo ele, terá um final muito diferente da série (ainda bem). No entanto, esses boatos nunca foram confirmados pelo autor – e nem mesmo desmentidos.

Para escrever A Roda do Tempo, Robert Jordan se inspirou em elementos encontrados no budísmo, hinduísmo e taoísmo, com conceitos metafísicos e religiosos de “equilíbrio” entre o Bem e o Mal, a Luz e as Trevas. Seus elementos gráficos e descritivos são muitas vezes semelhantes aos encontrados nas obras de Jack Vance e Robert E. Howard. Curiosamente essas duas últimas fontes também inspiraram Gary Gigax no desenvolvimento das edições iniciais de Dungeons and Dragons! Não é à toa que você pode achar muitos elementos semelhantes apesar de obras distintas.

Não conheço os livros de Robert Jordan, então toda essa resenha será voltada unicamente para os episódios da série, sem nenhuma comparação entre as obras. Assim fica até mais fácil caso você queira optar por ver uma ou outra. Apesar dos três primeiros episódios terem sido lançados juntos (e eles mais ou menos formam algo maior quando vistos na sequencia), eles serão comentados em separado.

É importante avisar que a partir deste ponto esta análise pode conter spoilers.

 

Dois Rios

A série começa com uma explicação breve e sucinta de quem são as Aes Sedai, um grupo místico de mulheres com grande poder mágico. Elas estão em busca de um jovem de vinte anos que pode ser o Dragão Renascido – um homem (ou mulher) de grande poder que pode salvar o mundo e ao mesmo tempo destruí-lo. O Dragão Renascido é a única esperança dessas mulheres para derrotar o Tenebroso (Dark One no original), uma Força das Trevas sem precedentes capaz de destruir o mundo.

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Nynaeve, a Sabedoria de Dois Rios. Imagem da internet

Há um corte e vemos uma reunião de mulheres na cidade de Dois Rios, onde Egwene (Madeleine Madden, simpática) tem seus cabelos trançados por Nynaeve (Zoë Robins, com interpretação apagada). Ela é lançada em um rio e espera-se que sobreviva às suas corredeiras. Quando ela retorna para a taverna de Fonte de Vinho, todos comemoram. É uma passagem de empoderamento feminino, coisa que a série demonstra de forma muito natural, sem ficar esfregando isso na sua cara o tempo todo.

A comemoração é interrompida pela chegada de Lann Mandragoran (Daniel Henney), Guardião devoto de Moigraine, uma das Aes Sedai. Moirgraine é interpretada por Rosamund Pike, brilhante no papel e a única que se destaca no elenco todo, sempre que aparece. Ela está de olho em quatro jovens da vila, já que um deles pode ser o Dragão Renascido: A filha do estalajadeiro Egwene, o impulsivo Rand, o ferreiro Perrin e o malicioso Mat.

Egwene e Rand têm uma leve cena romance que não tem muita química, seja entre eles, seja com quem está assitindo. A relação dos dois  é um pouco complicada- ela quer ser a nova Sabedoria, uma espécie de sacerdotisa celta e curandeira da vila e ele quer se distanciar de Dois Rios, assim como o pai fez após a morte da mãe. Não dá pra comprar esse amor sem graça dos dois.

Trollocs

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Trollocs no episódio. Imagem da internet

Na véspera do festival Bel Tine, a vila é atacada por Trollocs, criaturas com cascos, chifres, presas e garras, cujas armas são envenenadas. O seu veneno faz a ferida infeccionar e impede sua cicatrização. Os efeitos práticos não ajudam muito aqui, eles claramente são pobres e ficam escondidos no jogo de câmera e edição. Os efeitos visuais, estes gerados por computador, dão um show a parte. As magias lançadas por Moigraine não deixam nada a dever a nenhum mago de RPG. Isso graças a grande interpretação corporal de Rosamund Pike.

Nynaeve protege Egwene, é levada por um Trolloc e dada como morta. Em um momento de fúria, Perrin enfrenta muitos adversários e sem querer acerta sua amada Lana só para vê-la morrer em seus braços. Mat foge com suas irmãs para um lugar seguro na floresta, já que seu pai negligente e sua mãe bêbada jamais poderiam protegê-las. Rand é protegido pelo pai, que possui uma espada guardada em baixo da cama com um relevo de garça próximo ao cabo. Infelizmente o pai é gravemente ferido. Na batalha, Moigraine também é ferida, mas é assistida por seu Guardião e sobrevive.

É ela que anuncia no dia seguinte que os jovens precisam sair da cidade e irem com ela até à Torre Branca, sede de todas as Aes Sedai. Um novo ataque de Trolloc irá acontecer, pois eles seguirão os jovens onde eles forem – e se permanecerem na cidade todos serão mortos. Aqui a relutância dos jovens é tão pequena e apagada, que eu não sei se é favorecimento do roteiro, se é falha da direção ou se a história é assim mesmo de mão beijada: parece aquele jogo de RPG em que o grupo resolve aceitar a missão do velhinho só pra sessão de jogo poder acontecer.

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Moiraine preocupada (com razão). Imagem publicitária

E no fim – A Roda do Tempo vale a pena?

A Roda do Tempo tem um visual maravilhoso. figurino e fotografia são um show a parte, bem como a escolha das locações. Os efeitos visuais não fazem feio, mas os práticos deixem a desejar. Por ser uma obra de alta fantasia, a série fica com um aspecto meio previsível, em alguns momentos. Mesmo assim, a direção conduz os atores com mão firme e o caldo não desanda.

A série não traz nada de novo ou diferente do que já foi visto anteriormente em séries de fantasia, mas faz a lição de casa ao trazer uma mitologia complexa, sem nos enfiar ela toda goela abaixo, mas sim em doses homeopáticas. Como episódio de estreia, nos deixa querendo ver o próximo, mesmo que isso não eleve nossas expectativas.


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Desenvolvedor de sistemas, escritor, jogador de RPG, fanático por jogos de tabuleiro, leitor voraz. Tento salvar o mundo nas horas vagas, mas é difícil por que nunca tenho horas vagas...

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