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A RODA DO TEMPO | Resenha do Episódio “Onde a Sombra espera” (01×02)
Capa para A Roda do Tempo
“Onde a Sombra espera” é o segundo episódio da série A Roda do Tempo, lançado juntamente com o primeiro e terceiro episódios, todos no dia 19 de novembro pelo Prime Video, o serviço de streaming da Amazon. A série é baseada na série de livros de mesmo nome do autor Robert Jordan. Novos episódios vão ao ar toda sexta-feira.
A partir daqui, a resenha pode conter spoilers.
Anteriormente em A Roda do Tempo…
Trollocs no episódio. Imagem da internet
No episódio anterior: O Tenebroso despertou, mas há alguém capaz de enfrentá-lo – O Dragão Renascido. A organização Aes Sedai procura pelo jovem ta’veren (pessoa especial capaz de mudar o destino de outros ao seu redor) que possa ser o Dragão Renascido. Uma das integrantes, Moigraine, chega a vila Dois Rios, acompanhada de seu Guardião Lann Mandragoran. Ela acredita que um entre quatro jovens específicos – Egwene, Ran, Perrin e Mat – possa ser esse indivíduo tão esperado.
Egwene e Ran possuem um carinho especial um pelo outro, mas suas vidas podem tomar rumos diferentes, ela sendo a Sabedoria da vila (mulher inteligente e curandeira) e ele deixando o passado pra trás. Enquanto se acertam, a vila é atacada por trollocs – criaturas com armas envenenadas. No dia seguinte, Moigraine convence os jovens a partir com ela para a Torre Branca, sede das Aes Sedai…
…E agora
“Onde a Sombra espera” começa com o questionador Eamon Valda (Abdul Salis) recebendo uma iguaria para comer ao mesmo tempo que dialoga com uma mulher que está amarrada e amordaçada num mastro de fogueira ardendo. Ela teve as mãos amputadas, mas é possível reconhecer que ela é uma Aes Sedai, por causa do anel que ficou em uma das mãos cortadas. Enquanto dialoga, o questionador guarda o anel no cinto onde já há vários outros e a mulher queima. É uma cena deveras impactante, diferente do que podíamos ter visto anteriormente e só por isso já nos prende.
Questionador e sua refeição. Imagem do episódio
Eles são os Filhos da Luz, mas saberemos deles mais adiante no episódio.
Então pula pra abertura (coisa que não tivemos no episódio anterior). Lembra que eu havia comentado sobre “um Game Of Thrones pra chamar de seu“? A abertura da série me lembrou muito isso, com a trilha sonora instrumental tocando enquanto uma tapeçaria forma desenhos ao fundo, que obviamente referem-se a pontos ou pessoas importantes da trama (com perdão do trocadilho). Bem feito, mas nem um pouco original.
Moigraine, Lann e os jovens vindos de Dois Rios fogem a cavalo dos trollocs. A chance deles escaparem é se cruzarem o rio, uma vez que as criaturas não entram em grandes massas de água. Moigraine coloca o grupo em desconfiança quando afunda uma barca e não faz nada pra salvar um inconsequente barqueiro. O que mais ela estaria disposta a sacrificar para cumprir sua missão?
Grupo de Dois Rios a caminho. Imagem do episódio
Todas essas cenas seguem frenéticas e fazem ligação direta com o episódio anterior, como se entre eles tivesse existido só o intervalo pra ir ao banheiro. Moirgraine fala um um pouco mais sobre as Aes Sedai e seu juramento (não mentir, não usar ou fabricar armas, não usar o Poder Único para propósitos pessoais ou de morte). Outro ponto interessante foi Moigraine sugerir ou instigar o fato de Egwene poder tornar-se uma Aes Sedai. E uma visão do Tenebroso através dos sonhos que os jovens compartilharam. Tudo isso é feito de forma natural e aos poucos a mitologia do cenário vai sendo construída.
O Filhos da Luz, ou assim chamados “Mantos-Brancos”. Imagem da internet
Tornamos a nos encontrar com os Mantos-Brancos, ou Filhos da Luz, como é o nome correto da organização. Moigraine orienta a todos sobre como proceder com eles. Embora falar a verdade, mesmo que distorcida, a tenha salvo, acredito que o questionador ficou um tanto desconfiado. Algo me diz que eles vão se encontrar novamente em outros episódios – mais uma vez a série se tornando previsível.
Perrin está ferido e ele tem uma surpresa um tanto desagradável com isso, que pode render grandes mudanças na trama mais à frente. Outra surpresa desagradável é saber que utilizar o Poder Único esgota Moigraine, por isso a ferida do trolloc que ainda não cicatrizou a deixa praticamente desabilitada (ela não pode curar a si própria, apenas outra pessoa pode fazê-lo). E por fim, chegamos a Shagar Logoth.
“Onde a Sombra Espera”
Shagar Logoth na língua antiga quer dizer “Onde a Sombra Espera“, mas já foi chamada de Aridhol. Era uma cidade próspera, rica e grandiosa, mas que criou um grande muro ao redor de si durante da guerra, deixando todos do lado de fora. Quando a guerra acabou e os sobreviventes vieram, não havia nada vivo entre os muros, apenas construções abandonadas. Acho que todo mundo de fantasia que se preze tem um local como esse.
A entrada em Shagar Logoth. Imagem da internet
A fotografia ajuda a termos uma cidade fantasma que é escura, mas que é possível enxergar o que está acontecendo ao redor de si mesmo durante a noite. As ruínas conseguem demonstrar quão bonita, grande e talvez populosa a cidade era no seu auge. A orientação é de não tocar em nada, mas Mat é atraído durante a noite para uma pequena adaga no meio das ruínas. Só o futuro nos dirá o quão isso é bom ou não.
Finalmente a direção acerta e temos uma sensação real de perigo quando as Sombras chegam, principalmente pela desintegração do cavalo, o que serve pra mostrar a audiência que aquilo não é brincadeira. Para onde e como fugir? Por fim, o grupo se separa: Rand e Mat correm pelas ruínas, enquanto Perrin e Egwene sobem nas muralhas. Lan carrega Moigraine (cada vez mais debilitada por causa da ferida de trolloc) para fora de volta à floresta. E assim como na Sociedade do Anel, o grupo que começou unido dispersa cada um para um canto. E temos a volta de Nynaeve!
Observação: há um erro de continuidade aqui. 😉 Quando os jovens vêem as Sombras chegando, os cavalos logo correm, fugindo assustados. Porém quando Lan desce a mesma escadaria com Moigraine nos braços, os cavalos estão de volta no mesmo lugar.
Conclusão
“Onde a Sombra espera” é um episódio intermediário de uma “trilogia de lançamento”. Considerando os três episódios como um grande piloto, este é sem dúvida o segundo ato da história; a reviravolta e o gancho pra conclusão. Então é obvio que é recheado de ação e suspense. Não há pausas pra respirar aqui, exceto quando a história precisa explicar seu próprio cenário.
Por do sol onde a Sombra espera. Imagem de divulgação
Aliás, nesse episódio recebemos muitas informações sobre o cenário, todas elas bem úteis para termos noção de onde a história está nos levando. Conhecemos os Filhos da Luz e entendemos que eles não são tão bonzinhos quanto aparentam ou deveriam ser. Sabemos que as Aes Sedai seguem Os Três Juramentos, aprendemos a Canção de Manetheren (com a origem de Dois Rios), a Guerra dos Trollocs e vimos a cidade de Shagar Logoth – que parece unir tudo isso.
“Onde a Sombra espera” foi ligeiramente melhor que o episódio anterior e deixou um gostinho de curiosidade que nos impulsiona para o próximo episódio. Há uma melhora significativa aqui em atuação, efeitos especiais e no roteiro. A fotografia e as locações continuam belíssimas e o gancho deixado aqui só nos fazem querer ver o próximo episódio o mais rápido possível!
Nota 4.0/5 (Ótimo)
Episódios anteriores:
A RODA DO TEMPO | Resenha do episódio “A Partida” (01×01)
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