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Críticas

ALTERED CARBON: NOVA CAPA | Crítica do Neófito

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Após o final da aguardada 2ª temporada de Altered Carbon (que estreou em março deste ano de 2020), outra badalada produção do Netflix (leia a crítica aqui), a sensação de incerteza quanto à continuidade das aventuras de Takeshi Kovacs, o último dos emissários, é grande, afinal, trata-se de um programa caro – pelos efeitos especiais, pelo elenco cada vez mais estelar – e de estética cyberpunk, o que pode desagradar gostos mais sensíveis.

Mas para os fãs da série não se sentirem tão órfãos assim – lembrando o hiato de 2 anos entre a primeira temporada (crítica aqui) e sua sequência – o famoso canal de streaming resolveu investir em novas incursões ao complexo universo de Altered Carbon, desta vez, através de um spin-off na forma da sempre versátil animação japonesa.

Trata-se do anime Altered Carbon: Resleeved (ou Altered Carbon: Nova Capa), dirigida por Jo Nakajima, sobre concepção visual de Yoshiyuki Okada.

Foto: Divulgação

Como todos que conhecem a premissa de Altered Carbon sabem, as histórias se passam num futuro no qual a humanidade conquistou as estrelas – colonizando outros planetas – bem como superou a mortalidade, por meio da transferência da mente/consciência para cartuchos, que podem ser inseridos em corpos diferentes (as chamadas capas). Neste mundo hipertecnológico e extremamente hedonista, as diferenças sociais continuam a existir e as pessoas possuem corpos (capas) de acordo com sua posição socioeconômica na sociedade.

Trata-se de uma premissa extremamente rica, que permite trabalhar tanto brincadeiras acerca da tecnologia futurística passível de ser criada pelo homem (como foguetes, robôs, prédios inacreditavelmente altos, inteligências artificiais etc.), cenários variados para a ação, suspense crescente (afinal todo personagem pode ter sua capa morta a qualquer instante) e tramas variadas, quanto questionamentos filosóficos relevantes, como sobre o vazio existencial, a desigualdade social, a mortalidade etc.

Se os live-actions possuem uma limitação física bastante óbvia para sua realização, o mesmo não acontece com a animação, delimitada apenas pela imaginação de seus desenhistas. Desse modo, a violência em Resleeved é muito mais intensa e sangrenta do que nas duas temporadas com atores de carne e osso, podendo também explorar belíssimos cenários externos.

Foto: Divulgação

O que pode incomodar um pouco é o estilo da animação, em que os cenários em CGI são deslumbrantes, mas os personagens, apesar de bem desenhados, tridimensionais e repletos de texturas, ganham uma movimentação corporal bastante dura, meio inexpressiva. A coisa só melhora um pouco nas cenas de ação e luta.

Em termos de trama, há um fiapo de história. Takeshi Kovacs (dublado por  Tatsuhisa Suzuki) é acordado no corpo de um ex-soldado pelo misterioso o poderoso matusa, Hideki Tanaseda (voz de Kenji Yamauchi) com o objetivo de proteger a vida de uma tatuadora da Yakuza – a jovem Holly (Ayaka Asai) – que, ao mesmo tempo que guarda um segredo, é mortalmente perseguida por uma horda de ninjas em corpos aprimorados e dotados de armadura à prova de balas. No meio do caminho, Kovacs passa a contar com a ajuda da agente da CTAC, Gina, que, em verdade, é a sua amada irmã mais nova, Reileen Kawahara (voz de Rina Satou). Isso nos permite saber que a história se passa antes dos acontecimentos da primeira temporada.

Foto: Divulgação

Apesar de ser bacana situar cronologicamente a trama, isso tira um pouco do impacto da animação, afinal, sabemos, de antemão, qual será o destino dos principais personagens.

Outro ponto negativo é que, preocupados com a ação e o visual, mas contando com meros 75 minutos para contar sua história, Altered Carbon: Nova Capa acaba abrindo pouco espaço para o desenvolvimento dos personagens. A composição de Kovacs está precisa e coerente com suas versões live-action (principalmente com a minha favorita, na pele de Joel Kinnaman), mas a sua súbita empatia por Holly, mostrando-se capaz de se sacrificar por ela, é apressada e mal trabalhada. Os japoneses são conhecidos pelo seu excelente trabalho técnico, mas parecem realmente ter pouca capacidade de transmitir emoção mais pura e genuína em seus animes, algo que fica mais uma vez patente em Releesved.

Foto: Divulgação

Ao final da uma hora e quinze minutos do filme, fica-se com a sensação de que se assistiu a um programa divertido, dotado de muita violência gráfica, cenas de ação, visualmente belo, tecnicamente preciso, mas com pouca alma.

Pelo visto, o universo concebido por Richard K. Morgan ainda tem muita história para contar.

Foto: Divulgação

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Nota: 3 / 5 (boa)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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