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Críticas

MISSÃO IMPOSSÍVEL: ACERTO DE CONTAS (PARTE 1) | Crítica do Neófito

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Os executivos de Hollywood já deviam estar sem cabelos, unhas e voz, por tantos gritos histéricos e doses cavalares de ansiolíticos, depois dos fiascos da temporada cinematográfica de 2023, até o momento.

Transformers: O Despertar das Feras, Velozes e Furiosos 10, Os Cavaleiros Do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo, The Flash, Indiana Jones e o Chamado do Destino,  Elementos… todos estes blockbusters floparam, ficando ou ainda estando muito abaixo do esperado em termos de bilheteria. A honrosa exceção seria a animação Homem-Aranha Através do Aranhaverso, que se firmou como grande sucesso de público e crítica do primeiro semestre.

As fichas para a redenção hollywoodiana em 2023, portanto, estão colocadas em Barbie (que vem sendo aplaudido efusivamente), Oppenheimer (já rodeado de expectativas e algumas polêmicas) e, claro, Missão Impossível 7: Acerto de Contas Parte 1, que chega aos cinemas nesta próxima quinta-feira, dia 13/07/2023, mais uma vez estrelado pelo sessentão mais pauleira do cinema contemporâneo: o baixinho-invocado, boa-pinta e boa-praça (apesar de cientologista) Tom Cruise.

Foto: Divulgação (caindo na cabeça dos outros filmes)

E o filme tem tudo para agradar o maior público possível – do cinéfilo de pijama ao crítico mais ferrenho – ao carregar em si todos os elementos que fizeram da franquia Missão Impossível todo o sucesso que ela é, desde o primeiro longa dirigido pelo saudoso Brian De Palma, no longínquo 1996.

Desse modo, Acerto de Contas tem aventura ininterrupta; ação de sobra; emoção; manobras mirabolantes; Tom Cruise fazendo loucuras sem qualquer dublê (como pular de moto e paraquedas de um gigantesco penhasco, e correr pelo telhado do maravilhoso aeroporto de Abu Dhabi e vielas de Veneza); alguns clichês obrigatórios (como Benji – personagem de Simon Pegg – guiando Ethan Hunt Cruise – por caminhos nada convencionais como se fosse a coisa mais natural possível); perseguições de carro frenéticas; corridas contra o tempo; combates corpo-a-corpo; tecnologias fantásticas; absurdos divertidíssimos e por aí vai.

Foto: Divulgação (esse trio é “impossível”)

Além desses elementos típicos da franquia – que neste filme estão muito bem azeitados, como a utilização orgânica das famosas máscaras, marca registrada de Missão Impossível desde o tempo da série da década de 1960  – Acerto de Contas (Parte 1) ainda conta com paisagens magistrais por diversos países; fotografia belíssima de Fraser Taggart, capaz de abrir as paletas de cores para as cenas em paisagens naturais e tomadas abertas, bem como de conferir um clima noir e sufocante às cenas que se passam na noite vienense, sem fazer o conjunto destoar; direção cada vez mais segura de Christopher McQuarrie, que assumiu a claquete da franquia em Nação Secreta (2015) para não largar mais, conferindo a benvinda continuidade à história dos personagens. O ponto mais fraco (e mesmo assim, longe de ser ruim) fica a cargo da edição de Eddie Hamilton, que deixar escapar alguns pequenos detalhes de continuidade e faz de algumas lutas algo confuso (como a tensa porradaria dentro de um beco estreitíssimo de Veneza, enquanto o relógio corre perigosamente para os aliados de Hunt). Realmente, em tempos de John Wick, as lutas em filmes de ação precisam ser mais bem coreografadas e claras. Destaca-se, nesse sentido, o nervosíssimo combate físico entre Ilsa (personagem de Rebecca Fergunson) e o inimigo da vez, o temível Gabriel (Esai Morales) – personagem do passado pré-IMF de Hunt – que é, ao mesmo tempo, crua e violenta, e plasticamente bonita de se ver.

Aliás, uma crítica menos positiva ao filme: qual é, afinal, a dinâmica do relacionamento entre Hunt e Ilsa? Por que o filme mantém a dubiedade se eles são um casal romântico (apesar das pistas e indicativos) ou apenas amigos de guerra?

Foto: Divulgação (afinal, eles são ou não são um casal?)

Luther (personagem de Ving Rhames) também está de volta – um pouco mais acima do peso do que o ideal para um espião supertreinado em situação de risco mundial (opinião um tanto gordofóbica deste colunista) –; bem como a Viúva Branca que Vanessa Kirby viveu em Efeito Fallout; e um antigo personagem do filme de 1996, o agora Diretor da CIA e Secretário do IMF, Eugene Kittridge (Henry Czerny).

Os novos personagens vão de boas a ótimas aquisições para a franquia, como o determinado agente Jasper Brigs (performance de Shea Whingham); a assassina implacável e com sede de sangue Paris (vivida por Pom Klementieff, a Mantis de Guardiões da Galáxia); e, com destaque absoluto, a bela ladra de casacas, Grace, interpretada por Hayley “agente Carter” Atwell, que dá uma verdadeira canseira no herói dos filmes Missão Impossível, sem perder o penteado!

Foto: Divulgação (não se engane com esse rostinho meigo!)

O roteiro é simples e básico, dentro dos moldes da franquia – ameaça capaz de destruir o planeta, que deve ser combatida pelo herói, sem apoio de praticamente ninguém e antagonismo de quase todo mundo – mas traz um vilão extremamente original e sintonizado com os tempos atuais (que não é o já citado Gabriel, diga-se de passagem!). Chega a dar arrepios na nuca a perspicácia e capacidade do nêmesis deste filme, principalmente em tempos de ChatGPT!

Foto: Divulgação (esta imagem fala de tudo o que o filme representa: ação, belas imagens, absurdos, divertimento…)

Em razão da capacidade e poder do vilão, os governos de diversos países se lançam numa corrida desenfreada para conseguir dominá-lo, enquanto Hunt e seus aliados – muito mais conscientes do que o restante do mundo – sabem que a única opção possível para a segurança planetária é a eliminação deste ente tão poderoso, capaz de prever o futuro por meio da análise de milhões de cenários possíveis! Como, então, derrotar um inimigo com a capacidade de projetar todos os movimentos de seus adversários antes mesmo deles pensarem em agir da forma que agirão?

Mas, a partir dessa premissa, o filme consegue desenvolver muito bem o clima de constante tensão e ameaça, justificando todas as ações loucas de Hunt/Cruise e reviravoltas de roteiro. Ao contrário do que infelizmente aconteceu com o último Indiana Jones – e mesmo sabendo que Ethan Hunt sobreviveria pelo menos até a parte 2 de Acerto de Contas – as cenas de ação deste sétimo Missão Impossível conseguem fazer o espectador grudar na cadeira nas suas perseguição e acrobacias, condensadas em duas horas e quarenta minutos que passam como se fossem menos de sessenta minutos.

Foto: Divulgação (essa é para se algemar mesmo!)

Após mais de 25 anos no papel do superagente, Tom Cruise consegue interpretar o personagem com os pés nas costas, tornando os trejeitos e cacoetes de Ethan Hunt algo natural e divertido de se ver.

Mas o filme não sofre de ‘tomcruisedependência’, conseguindo se manter sempre interessante e magnético, até mesmo no longo interstício em que o personagem principal não monopoliza a ação, aparecendo subsidiariamente ao núcleo dos acontecimentos.

Por fim, a cena final, passada dentro de um trem de passageiros, é, simplesmente, de cair o queixo, haja vista o grau de verossimilhança e tensão que transmite, mesmo sendo completamente absurda e impossível na realidade.

De modo que Missão Impossível: Acerto de Contas Parte 1 – ainda que represente apenas a metade da história que está sendo contada – é um filme quase perfeito para o que se propõe, facilmente integrando o panteão dos melhores filmes contemporâneos do gênero ação e, até o momento, o melhor da duradoura franquia.

Vale muito à pena encarar o preço do estacionamento do shopping e da pipoca com refrigerante para assistir a esta pérola do gênero espionagem/ação.

Uma viagem fabulosa para a qual convidamos nossos tripulantes!

Até a próxima “nerdtrip”!

Foto: Divulgação (não se preocupem porque este filme não “cai” de qualidade!)

 


Nota: 4,5 / 5 (excelente)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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