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Críticas

PROJECT POWER | Crítica do Neófito

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Imagine tomar uma droga qualquer e, além de sentir o barato, adquirir, ainda que por meros e cravados 5 minutos, superpoderes, tais como ficar invisível, invulnerável, superforte, hipervelocidade, produzir gelo ou fogo pelo corpo?

Alguns usuários, de vez em quando, acabam morrendo no processo, ou ficando com marcas no corpo, decorrente dos efeitos colaterais dos poderes, mas se você fosse viciado, isso o impediria de arriscar? E quanto estaria disposto a pagar por uma dose?

Foto: Divulgação

Do outro lado, há os fabricantes e os traficantes. Para ofertar aquilo que os clientes desejam, valeria à pena torturar uma adolescente, capaz de fornecer o soro necessário para a produção da droga?

Contra todo esse cenário, encontra-se o pai dessa adolescente: um ex-militar altamente treinado e submetido a testes radioativos que lhe alteraram a genética; um detetive da polícia que, de vez em quando, toma uma dose da droga para ajudar no combate ao crime e ao tráfico da droga; e outra estudante adolescente, aspirante a rapper, que vive com a mãe doente e, para bancar a conta, trafica um pouco da substância.

Essa é a premissa de Project Power, novo filme de ação, aventura, ficção e superpoderes da Netflix, na qual o mencionado pai determinado é interpretado por Jamie Foxx (Art); o detetive é vivido por Joseph Gordon-Levitt (Frank); a adolescente rapper ganha o corpo e feições de Dominique Fishback (Robin); a menina sequestrada é fruto da atuação de Kyanna Simone Simpson (Tracy); e os traficantes ganham vida na pele do brasileiro Rodrigo Santoro (Biggie) e de Amy Landecker (Gardner).

Foto: Divulgação (os heróis: Jamie Foxx, Dominique Fishback, Joseph Gordon-Levvit; e a vítima: Kyanna Simone Simpson )

Power é um filme direto, que não enrola e parte logo para a ação.

Ao que parece, após tantos filmes de super-heróis, não há mais necessidade de se introduzir o conceito de superpoderes para a audiência, a qual já se acostumou com o absurdo e o fantástico dessa lógica sobre-humana. Logo nas três primeiras sequências, somos apresentados ao traficante Biggie explicando os efeitos e preço da inovadora droga mágica; a Robin sofrendo com as agruras de ser uma traficante adolescente a varejo; a Frank e sua luta contra a disseminação do psicotrópico ativador de superpoderes, além de sua amizade com Frank; e a Art e sua obsessiva busca pelos fornecedores da droga.

Foto: Divulgação (os vilões)

Na sequência vemos a rotina e problemas de Robin e Frank e, poucos minutos depois, incluindo Art, todos já estão interagindo, seja cooperando ou lutando um contra o outro, sem sutilezas, sem tons acinzentados: tudo bem básico e preto no branco. Vilão é vilão e herói é herói, mesmo quando os métodos para suas ações possam ser por vezes questionáveis.

A direção de Henry Joost e Ariel Schulman, apesar dessa mão pesada acima mencionada, no geral é bastante ágil, além de satisfatória o suficiente para entregar o que promete: um longa com muita ação, alguma dose de violência gráfica, efeitos especiais na maior parte do tempo competentes (com exceção aos poderes do personagem de Rodrigo Santoro, que ficaram bem artificiais), muitos closes e interpretações estereotipadas razoáveis haja vista o calibre dos atores envolvidos (mas seria injusto não dar destaque para a atuação de Dominique Fishback). A fotografia avermelhada de variados pontos e cenários de New Orleans também acerta na sua combinação com a história.

Foto: Divulgação (os diretores em momento de descontração e um dos bons efeitos do filme)

Tudo é bastante simples e, apesar do final redondinhoProject Power deixa algumas brechas para continuação.

Na verdade, não há muito o que se falar do filme. Não há nenhuma camada sub-reptícia ou de crítica social: a relação de “poderes” com “talento” é tão clichê, que nem merece maiores comentários. Não há desdobramentos morais muito claros e nem consequências práticas para as ações destrutivas dos personagens por andam passam.

Mesmo assim, Project Power diverte. Os atores são bons o suficiente para nos convencer da factibilidade daquele mundo e da possibilidade de se haver poderes de verdade no mundo real. Mas o roteiro corretinho é fraquinho e simplesinho (não é à toa essa quantidade de “inho”).

A partir de tantas produções da plataforma de streaming sobre o tema de pessoas superpoderosas, seria interessante descobrir que, quem sabe, a Netflix não estaria construindo, aos moldes do MCU, um universo compartilhado, em que coexistissem os personagens de Código 8, Old Guard e, agora, de Project Power. Não seria legal?

Mas a respeito do filme sob comento, pode-se por fim, dizer que são quase duas horas de divertimento despretensioso.

E é só!

Foto: Divulgação

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Nota: 3 / 5 (bom)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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