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Críticas

NOSFERATU | 100 anos de influência (Sem Spoilers)

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Bram Stoker ao publicar Drácula em 1827, provavelmente não soubesse o tamanho da grandeza e importância de sua obra atingiria no futuro com a criação do cinema.

Há registrados mais de cem versões do vampiro, a partir da figura medonha de um ser maligno que alimenta-se de sangue humano, levanta-se de seu insalubre sepulcro ao cair as “trevas no céu pesadamente” (elucidação feita por Antero Quental), e depois regressa ao cantar do galo, mostrando que o sol nascente está chegando.

Dentre os filmes sobre vampiros, Nosferatu que foi lançado em 1922 acaba se destacando perante aos outros devido as cenas apavorantes em preto e branco, gerando um caráter fortemente fantasmagórico e angustiante, onde Conde Orlok aparece escuridão em um visual agressivo e inusitado como o modelo do antissocial, com o ar de sinistro acaba lembrando a própria morte encarnada. 

O filme conta exatamente a mesma história que o livro de Bram Stoker, mas o que retira de Nosferatu qualquer possibilidade de se afirmar que é “mais um filme de vampiro” é seu design de produção e figurinos do próprio Albin Grau e a fotografia de Fritz Arno Wagner, além da inesquecível atuação de Max Schreck como o Conde Orlok e, claro, a minuciosa direção de F.W. Murnau. É muito complicado destacar o que mais se sobressai nessa verdadeira obra-prima que acaba sendo uma junção de imaginação, técnica e criatividade.

Com o design de produção e figurino, aí incluída, também, a maquiagem transformadora de Max Schreck, temos um misto de cenários construídos para o filme (normalmente interiores somados com exteriores cobertos de fantasmagoria mas sem exagerar), notamos o amor do produtor pela película, pois ele acaba escolhendo a dedo locações em Wismar e Lübeck que são pequenas cidades alemãs, com isso ele conseguiu transformá-las em locais decadentes após a chegada do monstro. As exóticas paisagens escolhidas se aproximam muito da beleza das até então desconhecidas regiões romenas, local conhecido anteriormente por Transilvânia e era onde Vlad Tepes Dracul, também conhecido por Drácula viveu durante o período medieval. 

Os figurinos tem a eficiência de passar a sensação da época, algo em torno de 70 anos antes do livro (1830 – filme e 1890 – livro), mas o que se destaca é a roupa do conde, aquele casaco enorme regado de botões, mangas curtas e uma lapela abundante. Acaba que o figurino leva até a maquiagem, que acaba nos levando ao ator. Max Schreck, era alemão e um ator de teatro com carreira sólida mas sem nenhum renome, ele jamais teria chegado ao ápice sem essa película, ele torna-se assombroso em Nosferatu, reservado e magro acabam sendo realçadas com a adição de orelhas pontudas, dentes de roedor, unhas longas e o sobretudo preto que garante o semblante mais assustador de Drácula e garantindo o posto de um dos monstros mais impecáveis do cinema.la abundante. É diferente do visual considerado tradicional dos vampiros, mas por conta dele temos influência nos visuais que vemos atualmente, além de ser bem mais assustador do que uma capa de voo rasteiros com adornos de cetim. Seria um crime falarmos apenas da roupa sem citar o trabalho fantástico de maquiagem, o ator que interpreta Drácula era um rapaz alto, magro e acaba ganhando o semblante de um morcego humano, tornando-se uma mistura perfeita entre as espécies. Nem o próprio Bram Stoker chegou a imaginar, provavelmente após assistir o filme, ele mesmo alteraria a descrição do personagem em sua obra.

Max Schreck como Conde Orlok – Imagem da Internet

A junção de homem com animal é levada rigorosamente pelo trabalho introspectivo do ator que acabou recebendo hipóteses de ele realmente ser um vampiro, isso acabou inspirando o filme A Sombra do Vampiro, com John Malkovich no papel de Max Schreck, uma obra divertida e cheia de teoria da conspiração, apesar de ser totalmente uma ficção.

A fotografia do filme possui o uso generoso de sombras é monumental, o trabalho aterroriza pelo o que não é mostrado, mas sim pelo o que fica na imaginação. Quando notamos a primeira sombra se aproximando de modo ameaçador da vítima, seja a sombra do vampiro ou da noite engolindo a pequena cidade, ou da sombra das tochas, de forma ameaçadora ao protagonista. O diretor acaba construindo esses momentos, posicionando a câmera mais abaixo e para dar mais imponência e terror à presença de Orlok e também para nos colocar à altura dos horripilantes ratos que infestam a cidade.

Do mesmo modo, o diretor utiliza uma enorme quantidade de feitos óticos, alguns sendo feitos pela própria câmera (o filme inteiro foi produzido com apenas uma câmera), utilizando filtros,  sobreposição de imagens e stop motion que ajudam a dar os poderes sobrenaturais de Orlok e a assustar o espectador, como na cena em que ele levanta do caixão. Vale lembrar que falamos de um filme de 1922, muitos podem até achar cômico os efeitos simples daquela época, mas utilizar o anacronismo é fazer comparações totalmente sem sentido. Visto só sob a ótica da época em que foi produzido, o trabalho de efeitos visuais de Nosferatu é emblemático.

Nosferatu é mais assustador do que 98% dos filmes de terror de hoje em dia e uma das amostras mais notáveis da  Sétima Arte já produzida. 

Max Schreck como Conde Orlok – Imagem da Internet

O roteiro é assinado por Henrik Galeen, na direção quem assume é F.W. Murnau e o elenco conta com a presença de Max Schreck, Greta Schröder, Ruth Landshoff, Gustav von Wangenheim, Georg H. Schnell, Gustav Botz, Alexander Granach, John Gottowt e Max Nemetz.

Disponível no Youtube e Telecine


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Apaixonado por arte e cinema, historiador, artista, apreciador de whisky e uma boa música, atualmente cursando Artes Visuais.

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