Connect with us

Críticas

DORA E A CIDADE PERDIDA | Crítica do Neófito

Publicado

em

 Foto: Divulgação

Vou iniciar minhas considerações sobre a versão live action Dora e a Cidade Perdida (Paramount / Nickelodeon) – do desenho animado Dora, a Aventureira (Nickelodeon Animation Studios), falando algo muito parecido com o que disse na crítica de A Turma da Mônica: Laços, mas ao contrário: fui assistir ao filme com expectativa zero, até de “nariz meio torcido” para a adaptação, mas preciso confessar que o filme me agradou muito mais do que esperava!

E por que?

Porque o filme conseguiu reunir de maneira competente uma produção caprichada, interpretações convincentes, aventura dinâmica com boas cenas de ação, ao mesmo tempo que manteve a inocência infantil do desenho, personagens “fofos”, coerência e respeito narrativos e tudo embalado numa trama simples, mas que não desrespeita a inteligência de ninguém, capaz de agradar tanto as crianças que curtiam a animação, quanto os pais que terão que acompanhar seus rebentos na sessão de cinema.

Logo na sequência de abertura do filme, a atriz mirim Madelyn Miranda interpreta Dora na idade que ela teria no desenho animado, e o diretor James Bobin é certeiro em aproveitar a imaginação fantasiosa infantil para costurar a transição do live action e seus atores de carne e osso com a estrutura da animação, apresentada acertadamente num traço mais “realista”, mas de modo que os elementos fantásticos que caracterizam o desenho – como a “mochila falante” e o Macaco Botas (voz de Danny Trejo) – surgem em tela de maneira inventiva e fluida, lembrando à garotada que, afinal, trata-se de um filme sobre Dora, a Aventureira.

Avançando 10 anos na história, a atriz Isabela Merced (Transformers: O Último Cavaleiro) assume a persona da heroína, estando perfeita como a Dora adolescente, exalando carisma, otimismo, e, graças aos seus “olhões” e corte de cabelo com franjinha, lembrando muito o traço da personagem na animação. A mudança na idade faz todo o sentido, para que a história pudesse ter um mínimo de realismo dinâmico.

Foto: Divulgação

Mesmo assim, a inocência pura e doce que Merced transmite à sua Dora é realmente cativante, estampando um sorriso irresistível quase o tempo todo e até em algumas situações em que não se esperaria, mas coerente com a personagem.

A composição de Dora – uma garota muito inteligente, conhecedora de arqueologia, história antiga e línguas mortas, dotada de uma natureza selvagem, corajosa e aventureira – não parecem forçadas, diante da educação que ela recebeu junto aos pais, interpretados por uma despojada Eva Longoria e o sempre impagável Michael Peña.

Foto: Divulgação

E olha que tudo isso é alcançado na versão dublada exibida para a imprensa, que nos priva das vozes originais dos atores. No entanto, para um longa claramente voltado para o público infantil, a dublagem faz sentido e, como de praxe, as vozes brasileiras não fazem feio.

A trama é simples: Dora é enviada para a cidade grande para estudar em uma escola tipicamente norte-americana pela primeira vez em plena pré-adolescência, após anos vivendo e sendo educada na selva, oportunidade para reencontrar seu primo Diego (na infância interpretado por Malachi Barto) e sua Grandma, que também são personagens recorrentes da animação. Enquanto isso, seus pais saem – a contragosto dela, que queria estar com eles – para explorarem sozinhos a localização da fictícia cidade perdida de origem Inca, Parapata, que seria repleta de ouro e estaria escondida em algum ponto central da floresta amazônica.

Foto: Divulgação

Lógico que os pais desaparecem na floresta e Dora acaba tendo que ir encontrá-los, topando no caminho com caçadores de tesouro interessados na riqueza da cidade mítica e passando por muitas aventuras perigosas, que chega ao ponto de uma “experiência lisérgica”, a qual serve de ótima desculpa para o filme mesclar o live action com o desenho animado, de forma orgânica e natural.

Como se trata (logicamente) de um filme repleto de “lições de moral”, Dora, acostumada – tanto no desenho como no filme – a fazer tudo sempre sozinha e do seu jeito, apenas em companhia de sua “mochila falante” e do Macaco Botas – vai ter que aprender a trabalhar em equipe, involuntariamente formada por Diego, interpretado na adolescência por Jeff Whalberg (na animação, o personagem chegou a ganhar um spin-off próprio: Go, Diego, Go!); da nerd antipática da escola, Sammy (Madeleine Madeen), do loser Randy (Nicholas Coombe), e do medroso e desajeitado Professor Alejandro Gutierrez (Eugenio Derbez). A inusitada equipe terá que flexibilizar os arquétipos com que se identificam e os pais de Dora terão que entender os talentos e escolhas da filha, enquanto os vilões sofrerão as consequências de sua ganância (ah, Benicio Del Toro participa emprestando sua voz para o “arqui inimigo” de Dora, o Raposo!).

O que foi escrito acima pode ser considerado por muitos como spoiler, mas qualquer um com um pouquinho de experiência cinematográfica conseguirá sacar quase de imediato a trama do filme e suas reviravoltas, afinal (não custa lembrar mais uma vez), trata-se, apesar da produção caprichada, de um filme infantil, ainda que emule algo de Tomb Raider e até de Indiana Jones para tornar a experiência dos pais que levarem seus pimpolhos ao cinema menos sacrificiosa, mas não precisam se preocupar, pois, o filme tem ritmo ágil e é realmente agradável e leve, consubstanciando-se num escapismo satisfatório e ideal para experienciar com os filhos.

Foto: Divulgação

Com um final lúdico e coerente, ao fim da sessão, sai-se do cinema com um espírito leve e deve, realmente, ser delicioso ver a animação dos filhos mais pequenos comentando as aventuras de Dora, os bichos com os quais ela convive normalmente, as lições e piadas da trama.

____________________________________________________________________________________________________________________________________

Nota: 4 / 5 (ótimo)

 

SIGA-NOS nas redes sociais:

FACEBOOK: facebook.com/nerdtripoficial

TWITTER: https://twitter.com/Nerdtripoficia3

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/nerdtripoficial/

VISITE NOSSO SITE: www.nerdtrip.com.br


Leia também:

LATAM | Companhia aérea adquire com exclusividade os animes Mazinger Z e Nadja para exibição em vôos

DINO GIRL GAUKO | Netflix divulga trailer dublado do anime

TEEKCAST #63 | O que achamos de Coringa

WATCHMEN SÉRIE | Crítica do Neófito (S01E03)

DOUTOR SONO | Crítica do Don Giovanni

NOVOS ANIMES DUBLADOS | As empresas envolvidas precisam (definitivamente) conversar mais entre si

STAR WARS EP IX: RISE OF SKYLWALKER | Wedge Antilles confirmado no filme

REQUIEM PARA UM SONHO | Crítica Completa

VIOLET EVERGARDEN | Eu te amo

Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

Comente aqui!

Mais lidos da semana