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Críticas

WATCHMEN SÉRIE | Crítica do Neófito (S01E03)

Publicado

em

ALERTA DE SPOILER!!!!!!

(Este texto pode, eventualmente, abordar elementos da trama)

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 Neste terceiro episódio da série televisiva da HBO, Watchmen – comandada por Damon Lindelof, a partir da célebre graphic novel homônima concebida pelo genial Alan Moore e Dave Gibbons – foi introduzida (conforme anunciamos) a personagem Laurie Blake, que, nos quadrinhos, era a vigilante Espectral.

 Foto: Divulgação

Para quem ainda não sabe, a personagem – interpretada com muita força por Jean Smart – é filha da primeira Espectral com Edward Blake – o hedonista herói Comediante, assassinado nas primeiras páginas do romance gráfico e pivô de toda a trama da revista – que se torna a jovem amante do Dr. Manhattan e posterior companheira de Dan Dreiberg, o segundo Nite Owl (Coruja).

O episódio também finalmente confirma (o que todo mundo já sabia) que o personagem de Jeremy Irons é, de fato, Adrian Veidt, o Ozymandias, inclusive com direito a uma rápida aparição vestido com o uniforme do herói.

Foto: Divulgação

Além disso, ainda há uma referência explícita ao destino de Nite Own – preso pelo governo por vigilantismo e provavelmente usado como moeda de troca pela fidelidade de Laurie em seu trabalho para o FBI como caçadora de vigilantes mascarados – e ao próprio Dr. Manhattan, no melhor subtexto da trama até agora (servindo de aperitivo para uma aparição do personagem).

Todavia, o esperado “impulso” que supúnhamos que a introdução de uma personagem diretamente saída dos quadrinhos poderia trazer para a trama da série, ainda “não foi desta vez”.

Várias referências e easter eggs à revista continuam a deliciar os fãs da graphic novel (nem adianta listá-los, se você não tiver lido os quadrinhos, indo de citações, frases, quadros, ilustrações etc.); umas poucas e muito bem filmadas cenas de ação (a sequência inicial num banco e a do cemitério) despertam sincero interesse; a sutil inserção de um humor adulto (o “consolo” Dr. Manhattan é hilário) também mostram a ousadia da produção; mas, em termos de história, nada de realmente relevante acontece.

Desta vez, nem flashbacks – recurso muito utilizado na HQ e nos dois primeiros episódios da série televisiva – ocorrem.

Trata-se, portanto, de um episódio com o objetivo claro de estabelecer de vez a conexão da série com os quadrinhos, por meio da introdução e desenvolvimento de personagens da HQ ao programa, o que não deixa de ser excitante em si mesmo; todavia a trama não evolui em nada, o que reforça a preocupação já exposta de que Lindelof esteja repetindo seus erros em Lost e The Leftovers (este em bem menor grau), criando elipses narrativas que não terão resolução satisfatória.

Ou então, uma grande reviravolta esteja programada para episódios futuros, a partir de algumas referências sutis, como a que se faz à Rússia estar criando um aparelho (câmara de campo intrínseco) igual ao que criou o Dr. Manhattan e recriado por Ozymandias nos quadrinhos, porque, se depender dos vilões da série até agora – a Sétima Kavalaria – não dá para esperar muito mais além do que já foi apresentado.

O elemento mais discrepante continua sendo o Adrian Veidt do excepcional Jeremy Irons. A composição do ator para o personagem é fabulosa, mas o roteirista dá sinais – se não oferecer alguma explicação plausível na sequência da série – de que se afastou muito da personalidade do herói, conforme apresentada e concebida por Moore. Enquanto é nitidamente possível enxergar a Laurie da HQ – envelhecida e amargurada – na intepretação segura de Jean Smart, o Veidt meio “maluquete” de Irons, conforme apresentado até aqui, é muito diferente do “homem mais inteligente da Terra” da graphic novel, capaz de arquitetar um plano mirabolante e genocida para salvar a humanidade da guerra nuclear eminente, crítico mordaz da excentricidade e visão limitada dos vigilantes mascarados, e habilidoso ao ponto de segurar a bala de um tiro à queima-roupa com as mãos. Causa curiosidade e expectativa, mas que soa estranho, soa.

Foto: Divulgação

Em resumo, o episódio 3 mantém a boa qualidade da produção, a fidelidade aos quadrinhos e as ótimas intepretações, além de desenvolver bem os novos personagens, mas talvez esteja segurando demais aquilo que realmente importe para a trama.

A cena final é promissora, mas o trailer do próximo episódio não animou muito.

Estive tentado a tirar meio foguetinho da avaliação, mas, pela imponência da intepretação de Jean Smart na introdução da Espectral na história, e da subtrama do telefonema para o Dr. Manhattan, ainda mantenho a mesma nota dos episódios anteriores, esperando subi-la no próximo domingo!

Até a próxima, tripulantes!!

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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