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GODZILLA VS KONG | Ao sair a 1ª imagem oficial do longa, o que esperar dessa franquia?

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Durante a infância deste colunista – na virada da década de 1970-1980 – a Rede Globo veiculava o desenho animado Godzilla (em inglês The Godzilla Power Hour, co-produção nipo-estadunidense), no qual o gigantesca criatura atuava como espécie de “guarda-costas” de luxo do grupo de pesquisadores chamado U.S. Calico, o qual, invariavelmente, encontrava monstruosidades ameaçadoras, exclusivamente contidas pelo monstro protagonista. O desenho – claramente infantil – ainda contava com o “sobrinho” de Godzilla, o simpático sidekick Godzuky – espécie de “dragãozinho” com asas, que queria ser igual ao tio superpoderoso – como era praxe na época, cujo exemplo máximo foi o famigerado Scooby-Loo, do clássico Scooby-Doo. Foi aí que conheci o personagem.

Foto: Divulgação

Não é novidade, porém, que Godzilla – o indestrutível destruidor de cidades – foi criado no Japão, para um filme de 1954, tendo por inspiração a figura de King-Kong (tanto que o nome japonês original Gojirapode ser traduzido por “grande gorila”) e servindo de metáfora para o bombardeio nuclear que o país sofreu dos EUA ao final da Segunda Guerra Mundial em Hiroshima e Nagasaki.

O filme foi um enorme sucesso no Japão, abrindo a porteira para a franquia de produções cinematográficas e televisivas – seja em live-action ou animação – que hoje chega a quase 40 obras!

Foto: Divulgação

Inicialmente estabelecido como vilão implacável, com o passar do tempo – e possivelmente a partir reutilização da energia nuclear como fonte de energia – o monstrão verde com cara de lagarto e capaz de lançar fogo/raio da boca foi ganhando ares de herói e, em 1962, ganhou seu primeiro crossover, no filme nipônico chamado Kingu Kongu tai Gojira (ou simplesmente King-Kong Vs Godzilla), que colocou os dois maiores monstros da cultura pop mundial para se enfrentarem, lembrando que o gorilão gigante Kong é anterior ao lagartão japonês, tendo sido lançado no cinema no clássico filme de 1933.

Esse mencionado filme japonês ainda mantém seu charme tosco de Filme B, naquela estética clássica dos seriados do Ultraman, no qual os atores fantasiados se enfrentam em cenários feitos de papelão; e era claramente mais cômico do que sua versão americanizada (é possível achar as versões do filme na internet, mesmo a falada em japonês sem legenda! Dá para rir e se divertir com as cenas e “defeitos especiais” da época).

Foto: Divulgação

Hollywood, contudo, ao que parece, nunca se conformou muito com o sucesso puramente oriental do personagem e, em diversas tentativas – a primeira sendo a animação que citamos no começo desta matéria – buscou trazer o monstrão para o contexto estadunidense, como destaque para a questionável versão de 1998 – Godzilla – dirigida por Roland Emmerich e estrelada por Matthew Broderick, que visualmente era bacana, mas repleto de equívocos.

Foto: Divulgação (o Godzilla “tiranossauro rex supervitaminado” de Roland Emmerich)

Não se dando por vencida apesar do relativo fracasso da produção acima, a indústria cinematográfica do Tio Sam resolveu não só reinvestir na franquia Godzilla, como – na esteira do sucesso do MCU – compor todo um universo integrado de grandes monstros, no qual o entrechoque das duas maiores criaturas do cinema mundial – Godzilla e King-Kong – ocorresse novamente, ainda que pela primeira vez sob os auspícios hollywoodianos.

Desconsiderando a bela e homenageosa refilmagem que Peter Jackson (Senhor dos Anéis) fez de King-Kong em 2005, a Legendary Entertainment deu o pontapé inicial em seu “monsterverse” como o bom filme Godzilla, dirigido por Gareth Edwards, em 2014 – que teve o feito de introduzir elementos dramáticos factíveis à história de monstros – seguido pelo mediano Kong: A Ilha da Caveira, dirigido burocraticamente por Jordan Vogt-Roberts.

Foto: Divulgação (à direita, o belo e injustiçado filme de Peter Jackson; à esquerda, o medíocre “Kong: Ilha da Caveira”)

Na sequência, veio Godzilla II: Rei dos Monstros, de 2019, com direção de Michael Dougherty, o qual, novamente na modesta opinião deste colunista, é beeeeeeeem fraquinho em termos de história, apesar de alguns momentos visualmente interessantes, ainda na esteira da estética proposta por Edwards. Nem o elenco de peso encabeçado pela estrela-mirim Millie Bobby Brown (Stranger Things), Vera Farmiga e Ken Watanabe conseguem conferir um peso dramático mais consistente ao enredo ilógico e quase risível.

Foto: Divulgação (à esquerda, o bom filme de Gareth Edwards, de 2014; à direita, o fraco longa de Michael Dougherty, de 2019)

O que nos traz a essa nova sequência – Godzilla Vs Kong, escrito por AdamWingard e direção de TerryRossio – que acreditamos ser a última cartada dos estúdios envolvidos para fazer com que o monsterverse funcione enquanto produto realmente rentável e relevante para cultura pop mundial, que, aliás, vai novamente contar com a talentosa Millie Bobby Brown – a melhor coisa do último filme – como a protagonista humana da história.

Pode-se esperar, mais uma vez, cenas espetaculares de destruição de cidades inteiras dos EUA e, talvez, o surgimento de uma ameaça mais incrivelmente perigosa do que os dois monstros juntos, para forçadamente obrigá-los a uma união contra um inimigo comum. Ah, e, enquanto isso, os humanos ficarão correndo de um lado para o outro, repletos de dramas absolutamente irrelevantes diante do cenário avassalador que os circunda e tomando – como sempre – decisões imbecis, que só pioram o quadro por si só totalmente caótico.

Assim como Godzilla surgiu como metáfora para um cenário sociocultural muito vívido para os japoneses do pós-guerra, seria bastante interessante que o embate entre as duas criaturas servisse como símbolo do momento pandêmico que o mundo atravessa, no qual as economias estarão arrasadas após essa crise sanitária, como seria de se esperar após a passagem avassaladora de dois monstros gigantes brigando entre si sobre cidades habitadas.

Mas acho que seria esperar demais da Hollywood, não acham?

Fica aí esse pequeno exercício de futurologia cinematográfica junto à foto oficial da nova produção, adiada deste ano de 2020 para 21 de maio de 2021.

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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