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Críticas

PARA TODOS OS GAROTOS: AGORA E PARA SEMPRE | Crítica do Neófito

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A trilogia de livros “Para Todos os Garotos…”, da escritora Jenny Han ­– Para Todos os Garotos Que Já Amei (2014); PS.: Ainda Amo Você (2016); Agora e Para Sempre (2018) – é um sucesso inquestionável.

Foto: Divulgação (criadora – Jenny Han – e suas “criaturas”)

Seu texto é leve e de fácil leitura, bastante adequado para o público ao qual se destina: jovens mulheres cis. Todavia, a história romântica é fluida e simpática o suficiente para agradar aos mais diversos tipos de leitores.

Sempre antenada, a Netflix lançou, em 2018, a adaptação cinematográfico-televisiva homônima do primeiro livro, com estrondoso sucesso de crítica e público, segundo o Rotten Tomatoes (respectivamente, 96% e 86% de avaliações positivas). Dois anos depois, a segunda parte da saga da adolescente norte-americana de ascendência coreana, Lara Jean Song Covey – vivida com extrema competência e naturalidade pela bela e talentosa Lana Condor – também ganhou vida pela mais famosa plataforma de streaming e, mesmo com avaliações bem mais modestas do que a primeira parte da história de amor teenager (75% e 39%), garantiu a produção da terceira e (aparentemente) última parte da história, que até agora tem se saído muito bem no agregador respectivo.

Nem mesmo o boato sobre a bi ou homossexualidade do astro indubitavelmente bonito Noah Centineo – que dá vida a Peter Kavinsky, par romântico de Lara Jean – foi capaz de abalar a performance dos filmes, que figuram entre os grandes sucessos da Netflix.

Foto: Divulgação

Recentemente estreado, Para Todos os Garotos: Agora e Para Sempre, retoma e dá continuidade à história do casal Lara Jean e Peter, às vésperas de se formarem no Ensino Médio e partirem para a Faculdade. Peter passou na prestigiada Stanford University, na expectativa de que Lara Jean também vá para a mesma instituição, para que deem continuidade ao namoro apaixonado. As coisas, todavia, não acontecem do jeito que o casal esperava, principalmente após uma excursão da escola deles em New York.

Alguns dos dramas adolescentes abordados são bastante específicos da cultura norte-americana, na qual os jovens saem de casa dos pais, às vezes para bem longe, para cursarem o ensino superior. Mas, tirando as especificidades desta questão universitária dos EUA, o pano de fundo é bastante comum a qualquer cultura ou país, envolvendo questionamentos sobre amor verdadeiro x carreira; os sacrifícios que se está disposto a fazer pela primeira paixão juvenil; se o amor na juventude é real e sólido o suficiente para resistir à distância ou forte o bastante para determinar as escolhas afetivas pelo resto da vida. Nesse sentido, o romantismo é posto como centro de toda e qualquer discussão ou situação menos agradável que surja em tela, sempre em ambientes arejados, coloridos, leves e alegres. Parece não haver fome, guerras ou violência no universo de Para Todos os Garotos. Trata-se, portanto, de puro escapismo, quase uma realidade alternativa, na qual o mundo deu certo e nem pandemia há! O tão mitificado baile de formatura norte americano – e a própria cerimônia formatura em si – passam-se em 2021, mas não há nenhuma menção à Covid-19, uso de máscaras, distanciamento social ou qualquer coisa do tipo. O mundo, lá, continua cor-de-rosa, saudável e bonito. Um alívio para quem assiste com o cérebro desligado. Infelizmente, não consegui deixar de pensar em como o longa foi filmado em pleno ano pandêmico…

Foto: Divulgação

O casal de atores principais, com química de sobra apesar da abordagem bastante casta e romantizada do namoro, estão ótimos, esbanjando carisma e simpatia em seus papeis e, ao contrário do filme dois, que forçava um pouco as situações para criar as tensões necessárias ao desenvolvimento da história, os diálogos e circunstâncias dessa terceira parte transcorrem de forma bastante natural, com reações próximas à realidade.

Apesar do alto-astral do final feliz, o término do filme deixa uma interrogação no público acerca do real futuro dos personagens, o que é muito bem-vindo, pois, afinal, Lara Jean e Peter (bem como os demais personagens) estão amadurecendo, algo que as cenas de recordatório durante os créditos finais não deixam dúvidas.

Bobinho e romântico na medida certa, Para Todos os Garotos: Agora e Sempre representa quase 2 horas de diversão escapista de boa qualidade.

Não vai mudar a vida de ninguém, mas pode ajudar a você dormir mais leve, ou até mesmo a sonhar com um grande amor (caso esteja à procura de um, claro)!

Foto: Divulgação

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)


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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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