Críticas
WATCHMEN SÉRIE | Crítica do Neófito (S01E05)
Como fã incondicional da Graphic Novel Watchmen, de Alan Morre e Dave Gibbons, preciso dizer que a cena inicial deste quinto episódio da série produzida pela HBO sob o comando de Damon Lindelof, que mostra o passado de Looking Glass (interpretado, como adulto, por um estupendo Tim Blake Nelson), vivendo um pesadelo real de quebra de inocência no distante 2 de novembro de 1985, dia no qual Adrian Veidt lançou sobre Nova Iorque seu monstro falsamente interdimensional, matando 3 milhões de pessoas e “sequelando” outras tantas milhões valeu quase toda a série até agora!
Foto: Divulgação
(SPOILER) A visão da gigantesca “lula” criada por Veidt, com seus tentáculos se espalhando por toda ilha de Manhattan, até a panorâmica da grotesca criatura em plena Times Square com milhões de pessoas mortas e sangrando desde Nova Jersey, valeu não apenas pela série, mas quase que por todo filme do Snyder junto!
Um deleite sinistro para o fã da imortal HQ!
(se quiser ver a imagem, vá para o final do texto!)
A partir daí, a série retorna para o ano de 2019 daquele universo, explicando, com calma e consistência, toda a paranoia do personagem Wade Tillman (o Looking Glass), possuidor de um bunker na varanda da casa com o fim de se proteger de um novo “ataque interdimensional” de lulas alienígenas, e que, na verdade, é uma paranoia compartilhada por muitas outras pessoas, que demandam o auxílio de grupos de apoio nos moldes dos alcóolicos anônimos, e pelo próprio governo norte-americano e novaiorquino, desesperado por encontrar uma estratégia de marketing adequada que devolva a segurança e interesse das pessoas em quererem voltar para NY.
Muito da trama envolvendo Looking Glass pode ser deduzida a partir da leitura dos fatos ocorridos em 1985 com o personagem (que lembram tanto Alice Através do Espelho, quanto It 2), além de uma fala na qual afirma ainda “estar no túnel”, mas, ainda assim, o 5º episódio resguarda algumas revelações realmente interessantes para a história da série.
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(SPOILER) Entre essas revelações, está a de que o Senador Republicano e candidato à presidência dos EUA, Joe Keene Jr. (James Wolk, corretamente caricato), bem como o enforcado chefe Judd Crawford (Don Johnson), são, na verdade, respectivamente líder e membro da Sétima Kavalaria, que está elaborando um plano ainda não decifrável envolvendo teletransporte e com base na comprovação de que o monstro que assolou Nova Iorque era, de fato, uma criação de Adrian Veidt para evitar a 3ª Guerra Nuclear Mundial.
Foto: Divulgação
Uma segunda revelação – que quase chega a ser um easter egg – é que os enigmáticos comprimidos que Will Reeves (Louis Gossett Jr.) largou (propositalmente?) nas mãos da Sister Night são “Nostalgia”, que, nos quadrinhos, era uma linha de produtos femininos das companhias Veidt, incluindo um perfume que norteou a edição da HQ na qual o passado da segunda Espectral é desnudado.
A terceira e grande revelação do episódio vem justamente de Adrian Veidt, que, agora, fica comprovado estar aprisionado há 4 anos em uma das luas do planeta Júpiter (pelo que as imagens deixam entrever). Mas quem é o homem que o vigia e pune? Por que ele se mostra mais habilidoso do que Veidt num combate corpo-a-corpo? Seria em razão da idade deste? Quem e como ele foi colocado ali?
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Infelizmente, pelas pistas deixadas pelo trailer do próximo episódio, as respostas não virão no capítulo 6 da série televisiva Watchmen, que, ao que tudo indica, será focado no mergulho ao passado de Reeves que Sister Night – presa – fará, após ingerir todos os comprimidos do frasco de seu recém revelado avô.
Outro mistério deixado no ar é se Looking Glass – com sua incrível capacidade de ver a mentira ou a verdade nos olhos das pessoas – conseguiu ou não saber que as promessas feitas a ele sobre sua segurança eram falsas, sobrevivendo ao ataque em sua casa ou se perecerá como Hollis Mason, o primeiro Coruja, na Graphic Novel.
Este 5º episódio não só recuperou o meio foguetinho que havia perdido na última avaliação, como ganhou mais meio, ganhando uma merecida nota “ótimo”, daquele que é o melhor capítulo da série até agora, afinal, além da reverência ao material de origem, avançou na história, algo que vinha sendo motivo de preocupação. Mas nem esse ótimo episódio tira totalmente a sensação de que o “efeito Lost” de Lindelof ainda possa acontecer!
Agora resta-nos esperar! Tic-tac, tic-tac, tic-tac…
Foto: Divulgação
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Errata: na última crítica, erramos ao relacionar os membros da Sétima Kavalaria a fanáticos religiosos que creem na existência de outra dimensão. Na verdade, na velocidade do trailer, confundimos serem eles que estivessem “rezando” sobre este fato, quando, ao contrário, tratava-se do grupo de apoio a traumatizados pelo ataque do monstro interdimensional chefiado por Wade.
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Nota: 4 / 5 (ótimo)
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