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STAR TREK: PICARD | Crítica do episódio “Situação sem Vitória” (3×4)
Situação Sem Vitória é o quarto episódio da terceira temporada de Star Trek: Picard, uma produção da CBS baseada no universo de Jornada nas Estrelas, mais especificamente em Jornada nas Estrelas – A Nova Geração. A série conta a história do antigo capitão (agora um almirante aposentado) Jean-Luc Picard, que é retirado de seu descanso por conta de velhos amigos – e antigos inimigos também.
Em uma entrevista antiga, Gene Roddenberry, criador de Jornada nas Estrelas, afirmou que a série “nunca foi sobre naves ou o espaço, sempre foi sobre as pessoas”. De fato, o seriado e seus derivados mostram o quanto a humanidade pode evoluir trabalhando em conjunto. As adversidades do espaço sempre foram “adversidades humanas”, mascaradas de ficção científica. O que tornava a Enterprise única sempre foi sua tripulação e a forma como tratavam de preconceito, discriminação, empoderamento. Este episódio traz novamente este espírito à tona.
No episódio anterior: Picard e Beverly acabam tendo um DR sobre as razões da mesma ter escondido seu filho dele esse tempo todo. Vadic vence o combate com a Titan, destruindo parcialmente a nave e jogando-a no meio da nebulosa para morrer. Riker e Picard se desentendem, enquanto loge dali, Worf e Raffi descobrem uma grande conspiração envolvendo metamorfos…
Atenção, tripulação! Ativar alerta de spoilers!
Situação Sem Vitória
Sem sombra de dúvidas, Situação Sem Vitória é um episódio bem completo se estivermos falando dos padrões de A Nova Geração. Destaca a necessidade de colaboração e do trabalho em equipe; há riscos de morte, tem um problema aparentemente insolúvel, e até uma revelação interessante sobre os vilões da temporada. E o melhor, uma conversa sincera entre os personagens, mostrando o quanto o suas vidas foram afetadas pela Frota Estelar e o poder do legado que isso acarreta. De fato, essas são várias das razões pela qual essa franquia existe.
Ser destruído por um poço de gravidade no centro da nebulosa é somente o pano de fundo de um conjunto de relações que vão se estreitando no decorrer de Situação Sem Vitória. A construção do flashbacks do almoço de Picard (sir Patrick Stewart) com a iminente destruição da USS Titan é feita de forma muito bem construída, ligando os pontos do começo ao fim. Descobrimos que o capitão Shaw (Todd Stashwick) sofre de uma pequena dose de estresse pós traumático por causa da Batalha de Wolf-359 e isso justifica bastante sua conduta em relação a Sete de Nove (Jeri Ryan) e a Picard. E é claro, entendemos agora por que Jack (Ed Speleers) e Picard tem um elefante bem grande na sala pra conversarem além do cabelo.
Seja um idiota e não um metamorfo
Situação Sem Vitória acerta e muito naquilo que Dezessete Segundos tentou e fracassou: dilemas e conflitos interpessoais. Shaw e Sete precisam deixar certa rivalidade pra trás ao trabalharem juntos. Riker (Jonathan Frakes) precisa reconhecer que estava errado em sua estratégia para salvar Titan e Picard precisa entender que ele mesmo recusou a família que gostaria de ter.
Jonathan Frakes retorna para a direção deste episódio e não faz feio (como sempre). A trilha sonora parece meio deslocadas as vezes, mas nada que comprometa. A trama em si dá uma leve caminhada e este episódio é mais agitado e melhor montado que os anteriores. Talvez a ideia tenha sido criar uma grande introdução para este ponto, mas isso torna o primeiro ato da série desnecessariamente longo e um tanto maçante. Depois de três temporadas parece que esta ideia de “grande filme de dez horas” não é uma das melhores, afinal.
Conclusão
Situação Sem Vitória é um alívio acima de tudo. Traz o espírito de Jornada nas Estrelas de volta depois de tantos episódios mornos, revive a ligação entre os personagens e nos traz um episódio gostoso de assistir. Nada é mencionado de Worf (Michael Dorn) e Raffi (Michelle Hurd) em Situação Sem Vitória; mas isso é bom por que dedicar tempo a esta subtrama não construiria tão bem os momentos que tivemos aqui. E de fato, é perceptível que a investigação da Operação Alvorada chegue em Picard e a tripulação da Titan mais cedo ou mais tarde, então só nos resta esperar. A esperança está de volta, finalmente.
Nota: 4/5
Anteriormente, em Star Trek: Picard…
STAR TREK: PICARD | Crítica do episódio “A Nova Geração” (3×1)
STAR TREK: PICARD | Crítica do episódio “Cancelar” (3×2)
STAR TREK: PICARD | Crítica do episódio “Dezessete segundos” (3×3)
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