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Autores Nacionais Contemporâneos | Roberta Grassi

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É bem sabido que a literatura nacional tem tanta qualidade quanto a do resto do mundo.

Mas, assim como em qualquer mídia, temos um mar de opções e ficamos sem saber onde encontrar aquilo que mais nos agrada e que tenha qualidade. Por isso criei esta coluna de Autores Nacionais, onde revelo grandes pérolas que encontrei na nossa literatura atual. Quem sabe não te ajudo a achar aquela leitura especial que estava procurando?

Hoje, com muita alegria, quero apresentar a excepcional Roberta Grassi.

 

 

A primeira obra que li da Roberta foi A Luz de Um Isqueiro, uma história de estrada intensa e impressionante. O livro se transforma em outro gênero literário do seu início ou sinopse com o tempo, mas essa revelação pode ser considerada spoiler, então fique curioso (Haha)! 

Também tive contato com outras obras e em todas elas Roberta surpreende pela criatividade, fluidez e pelas interessantes histórias que cria. São todas muito curiosas e divertidas.

Abaixo, listarei 3 resenhas que fiz na época da leitura:

 


Livro: A Luz de Um Isqueiro

 

 

Já estou há algum tempo aqui na frente do monitor observando o cursor piscar aguardando meu texto.

 

Ao terminar a leitura, já quis logo escrever essas impressões justamente por ter muito conteúdo a expressar e analisar. Mas, aqui, agora, é bem difícil desenvolver qualquer coisa que não atrapalhe sua possível experiência com A Luz de Um Isqueiro. Seria interessante se você abrisse o livro com poucas informações, assim como eu fiz.

 

Pela sinopse da obra, ou até mesmo procurando na internet, é possível ter uma ideia sobre a trama: é um livro de estrada, daqueles que acompanhamos uma jornada de busca. Gira em torno de Bernardo, um jovem de 20 anos que não estuda, não trabalha e não tem planos ou esperanças para o futuro – o famoso “nemnem”. Enquanto vive sua semi-vida, Bernardo recebe um pedido do avô doente para que ele busque por alguém misterioso que ele não vê há muito tempo. Pensando nisso como férias, Bernardo aceita o desafio do avô e parte nessa aventura louca, que ele acaba descobrindo ser uma procura não só de alguém, mas também de algo.

 

Bom, aqui começa a complicar minha análise outra vez. Qualquer coisa que eu diga a partir desse ponto pode ser considerada um spoiler, então vou tentar ser técnico ao invés de descritivo.

 

E que tal começar pelo começo?: Que primeiro capítulo! Um dos melhores inícios que li em anos. Algumas editoras e autores costumam oferecer o primeiro capítulo para conquistar novos leitores. Bom, nunca soube se isso dá realmente certo, mas com A Luz de Um Isqueiro com certeza funcionaria. Já me cativou por completo. Amarra a história de uma forma que você não vai querer parar de ler.

 

Há personagens cativantes e muito bem construídos nessa história. A personalidade dos dois protagonistas são muito orgânicas. Eu admiro quem consegue criar auras únicas para cada personagem.

 

Durante a viagem, Bernardo irá encontrar um estranho farmacêutico idoso, uma mulher que acredita ter recebido um milagre e uma garota chamada Eleonor, que é o seu oposto em comportamento, mas que irá lhe proporcionar uma aventura inesquecível.

 

Trechinho do primeiro capítulo:

 

A história começa assim: você nasce e tem potencial para salvar o mundo, como todo recém-nascido tem. Você vai crescendo e de recém-nascido com potencial para salvar o mundo você passa aos poucos a ser só mais um imbecil ocupando espaço na superfície terrestre…

 

É um trecho forte, mas que já mostra o quanto Bernardo está inerte com a vida antes dela ser revirada ao avesso.
Sobre a primeira edição, devo confessar que a produção não está à altura do texto. Ao meu humilde ver, a capa, a revisão e a diagramação deveriam ter sido melhor executados, principalmente pela editora ter um texto tão bom em suas mãos.  Porém, nada disso atrapalha a leitura, a não ser que você seja obcecado pela perfeição.
A escrita da autora é bem fluída e carregada de boas sacadas e frases de impacto. Nada muito clichê, tudo bem medido e que te faz abrir aquele sorriso mental quando lemos algo que nos surpreende ou nos muda de alguma forma. Eu partilho desse princípio: você nunca é o mesmo depois de um livro terminado.
Queria dizer mais, debater mais, sobre o que acontece com Bernardo. Porém, prefiro que você, caso queira, descubra por si mesmo. É sobre isso que Roberta também escreveu: sobre descobrir.
No fim das contas, eu recomendo bem A Luz de Um Isqueiro.

 

Atualmente, esta obra passa por revisão para o relançamento na versão digital em sua 2º edição com mudanças leves na história. Em breve também estará disponível na Amazon.

 

Livro: Malbec e a Realidade

 

 

Roberta Grassi é uma grande surpresa na minha descoberta de novos autores nacionais. Exatamente todos os textos que li dela são não menos que ótimos. Existem autores que batem o pé dizendo que textos podem apenas divertir, que não precisam ter a profundidade de Shakespeare para serem bons. Sim, pode até ser verdade às vezes, mas ficar sempre lendo coisas vazias perde a graça com o tempo. E cada novo texto da Roberta é uma injeção de ânimo e empolgação partindo do contrário ao princípio citado. São obras com muitos significados, regados de filosofia e questionamentos.

Em Malbec e a Realidade somos presentados com a história de Lia, uma mulher que acorda num cinema vazio, com a tela branca. Sem memória, ela descobre rapidamente que está em companhia de um homem vestido de paramédico.
Esse homem diz que tem uma missão e que, para completá-la, Lia deve a todo custo ignorar a Realidade, uma dama de vermelho que insiste em tirar Lia dali.
Em uma conversa divertida e curiosa, eles nomeiam o homem de Malbec e juntos os dois saem do cinema pela cidade funcional, porém sem uma alma viva sem ser os três daquela história.

Através de locais, possivelmente importantes para a protagonista, questões de vida são impostas e Malbec vai tecendo o ritmo e conduz Lia de uma forma curiosa e instigante, sempre aos cuidados para que a Realidade não leve Lia de sua excursão. E não é fácil, pois a dama de vermelho perde a paciência cada vez mais.

Não é difícil imaginar ou adivinhar o que está acontecendo com Lia, entretanto o que houve com ela dá ainda mais graça e sentindo àquela história.

O final é emocionante.

Recomendo muito!

 


 

Conto: A Nova Classe de Cidadãos

 

 

Este conto é relativamente curto, mas impactante. Eu abri o texto apenas para bisbilhotar e quando dei por mim, já tinha lido tudo. Não por causa do tamanho do texto, mas sim pelo quão interessante ele é. Cheio de significado, nuances e curiosidade. A Nova Classe de Cidadãos é mais que recomendado.

 


 

Sem dúvida, Roberta Grassi é uma autora que recomendo de olhos fechados. Se você procura qualidade e reflexões mais profundas e filosóficas, tudo dentro de tramas super interessantes, pode procurar sem medo.

E olha que maneiro: Ela deu uma entrevista super bacana ao Nerdtrip. Vamos conhecê-la melhor?

1 – Diga um pouco sobre você!

Oi, eu sou a Roberta, 37 anos, crio gatos e altas expectativas sobre quase tudo (é involuntário!), e em 2006 tive o melhor pior emprego do mundo, onde eu tinha muito tempo livre e um computador na minha frente, então comecei a escrever pra matar o tempo. Desta tentativa de matar o tempo surgiram alguns livros, dezenas de contos e um gosto por traduzir ideias em palavras e por isso que eu to aqui agora falando um pouco sobre mim.

 

2 – O que mais te inspira?

Cara, eu não faço a menor ideia. De repente a história ta lá no meu cérebro exigindo ser escrita. Eu consigo me motivar a escrever criando playlists, fazendo pesquisas, eu tenho um caderno onde anoto informações que acho que podem servir pra escrever algo e também tenho uma pasta no celular e no PC pra salvar esse tipo de coisa. Mas isso não é o mesmo que inspiração, né?

 

3 – Quais são seus escritores contemporâneos nacionais preferidos?

O Raphael Montes, tem um troço na escrita dele que você não consegue largar o livro. E o Cirilo S. Lemos, O Alienado é absurdamente sensacional (bota aquele emoji do cérebro explodindo hahahaha. >>> ).

 

4 – Quais as suas referências de escrita?

O Chuck Palahniuk, porque ele consegue fazer a escrita dele contribuir de alguma forma para a solução de algo que o incomoda (Aliás, este é um conselho que ele dá: escreva sobre algo que te incomoda #TENSO), e também porque ele faz o leitor correr atrás da história, ele entrega as informações, mas nunca de forma mastigada, você vai ter que usar a cabeça para aquilo fazer sentido, acho isso sensacional. E recentemente o Khalil Gibran, porque ele tem uma coisa muito poética e reflexiva na escrita dele, algo que eu gostaria muito de incorporar ao que eu crio.

 

5 – O que o mundo da literatura fez em sua vida?

Primeiro me proporcionou um vício e um escape da realidade (como é mesmo aquela história de “leitores viverem mil vidas”? Pois é). Depois me proporcionou a oportunidade de conhecer muita gente sensacional, incluindo grande parte dos meus amigos, que vieram direta ou indiretamente por causa de um fórum de discussão de uma saga aí. E por fim me trouxe uma satisfação imensa, só quem escreve sabe a alegria que é conseguir traduzir suas ideias em palavras, quando essas ideias traduzidas em palavras ganham meios de chegar até outras pessoas e quando, de alguma maneira, a experiência com o que você produziu foi positiva também para quem leu, é maravilhoso.

 

6 – Qual o seu TOP 5 de livros preferidos?

Vixe. Pergunta difícil, mas vamos lá:
1 – Clube da Luta do Chuck Palahniuk
2 – The Outsiders – Vidas Sem Rumo da S.E. Hinton
3 – Para Toda a Eternidade da Caitlin Doughty
4 – Qualquer um do Markus Zusak, em especial a trilogia dos irmãos Wolfe
5 – A saga Harry Potter – peguei um ranço danado por causa das atrocidades que a JK Rowling andou falando, mas conheci a maioria dos meus amigos por causa da saga (a saudosa época dos Grupo do Yahoo, MSN e outra antiguidades hahahah) e foi ele que me viciou em livros, aquela coisa de PRECISAR ler o livro e virar a

7 – Qual o seu personagem próprio preferido e o futuro dele e das suas obras?

O Malbec, que não tenho mais nenhum plano para ele – se por acaso convoca-lo para outra história ele não será mais o Malbec da Lia. E a Eleonor, a bêbada, que ainda permanece um mistério, com infinitas possibilidades, mas nenhum plano

Fim da Entrevista.

 

Obrigado Roberta, por ter gentilmente respondido nossas questões!

 

E aí, já leu algo da Roberta? Ficou curioso? Ela já tem muitas opções para que comece a conhecer sua escrita…

 

 

Fique ligado no Nerdtrip para conhecer mais sobre Cultura Pop!

 


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Escritor, Blogueiro, Desenhista, Capista, Gamer, Leitor, Telespectador e Entusiasta dos Animais (principalmente dos Dogs). Tenho histórias pela Editora Draco, Amazon, Editora Buriti e Editora Nébula. Também trabalho com Marketing Digital e e-commerce. Gostou de um texto meu? Vem conversar comigo!

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