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STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Guardiã” (2×4)

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Guardiã é o quarto episódio da segunda temporada de Star Trek: Picard, uma produção da CBS baseada no universo de Jornada nas Estrelas, mais especificamente em Jornada nas Estrelas – A Nova Geração. A série conta a história do antigo capitão (agora almirante) Jean-Luc Picard, que é retirado forçosamente de sua aposentadoria por conta de velhos amigos – e antigos inimigos também.

Anteriormente

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Rainha Borg atrelada à nave

No episódio anterior, o estilingue gravitacional acaba com a nave e ela cai. Sem energia para ser socorrido, Elnor vem a falecer. Sem tempo para o luto, os protagonistas precisam ser transportados para Los Angeles, mas cada um deles cai em um lugar diferente. Rios se fere e acaba indo parar em uma clínica para imigrantes ilegais, enquanto Raffi e Sete de Nove procuram o sinal alienígena. Picard e Jurati tentam consertar a Rainha Borg, avariada durante a queda de La Sirena, já que ela é a única que pode localizar a Guardiã e levá-los de volta pra casa. No processo, Agnes Jurati passa por uma “quase” assimilação e consegue informações importantes sobre a localização da Guardiã.

 

Atenção, tripulação! Ativar alerta de Spoilers!

 

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Picard (Patrick Stewart) e a dra Jurati (Allison Pill) descem da nave e caminham ao chateau, onde ele explica que durante a invasão alemã à França na Segunda Guerra, o local foi abandonado e seus antepassados fugiram para a Inglaterra (o que explica por que Picard não possui sotaque francês). O cérebro de Agnes ainda está processando as informações adquiridas na quase assimilação com a Rainha Borg (Annie Wersching) e descobrem que o evento de mudança do tempo irá acontecer dali três dias. Eles precisam localizar a Guardiã de qualquer jeito.

Rios (Santiago Cabrera) por sua vez acaba descobrindo o quanto “o passado dói“, preso em um centro de detenção para imigrantes ilegais. Raffi (Michelle Hurd) e Sete de Nove (Jerri Ryan) tentam rastreá-lo e o tomam um ônibus. Durante o trajeto, onde confrontam um punk no ônibus por que o mesmo está com a música muito alta. É uma referência clássica à Jornada nas Estrelas IV: A Volta para Casa. De fato, o punk é interpretado por Kirk Tatcher, que reprisa o mesmo papel aqui. A cena é bem montada, e nos traz uma boa referência, fazendo pensar que o episódio vai valer muito a pena. Mas é melhor cultivar grama do que expectativas.

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Punk de Busão. Imagem: Trek Core.

As cenas no Centro de Detenção dos EUA, bem como a perseguição policial que acontece depois, mostram o esforço da produção ao fazer uma demonstração sobre a forma indiscriminada de como as pessoas são rotuladas e tratadas nos dias de hoje, principalmente estrangeiros. Rios indagando sobre o por que os fazem jurar lealdade, por exemplo, é uma mensagem bem direta. Mas para por aí. Qualquer coisa além disso é jogado na tela de forma burlesca, forçada e às vezes quase cômica, como o fato inexplicável de Sete de Nove saber dirigir como se estivesse em Velozes & Furiosos. A partir daqui, toda a aparição de Sete de Nove e Raffi vira um tapa-buraco pra preencher os minutos do episódio.

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Pictured: Santiago Cabrera como Capitão Rios. Foto: Trae Patton/Paramount+ ©2022 ViacomCBS.

 

Em algum lugar do passado

Agnes é deixada para lidar com Rainha Borg. A alienígena insulta Jurati, misturando agressões verbais e elogios indiretos como algum tipo de manipulação negativa. A doutora promete reunir a Rainha com a borgs desaparecidos se ela consertar o teletransporte, mas quebra a promessa logo que obtém seu intento. Jurati pode ter levado vantagem, mas a Rainha aparenta ter mais movimentos maquiavélicos a fazer.

O almirante é transportado para as coordenadas que Jurati conseguiu e chegamos ao Ten Foward, bar de Guinan. Nenhuma surpresa aqui até que… Bom, Guinan está muito diferente. Interpretada por Ito Aghayere, esta Guinan é relativamente mais jovem que a Guinan que a gente conhece, além dela não reconhecer a identidade de Picard. Espera… Mas Guinan não havia conhecido o almirante (então capitão) no episódio duplo “Em Algum Lugar do Passado” (Time’s Arrow), da quinta temporada de A Nova Geração? O que aconteceu aqui?

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A nova Guinan e o almirante Picard. fonte: Trek Movie.

Segundo a explicação do showrunner e roteirista Terry Matalas ao Inverse.com, como a Federação nunca existiu, o encontro de Guinan e a tripulação da Enterprise-D também não ocorreu. E considerando como os el-Aurianos controlam seu envelhecimento, pode ser que a Guinan do Século XIX tenha escolhido não envelhecer até então. Explica, mas não justifica.

 

Quem é a Guardiã?

Guinan diz ao almirante que ela não é a Guardiã. Diz também que pretende deixar a Terra, uma vez que está decepcionada com o potencial humano. “O ódio nunca acaba, só troca de roupa. Este século tirou o capuz e vestiu um terno“. Novamente uma frase importante para os dias que vivemos, dita de forma direta, mas ao contrário do início do episódio, essa parece muito mais firme e realista.

No entanto, Guinan leva Picard à única Guardiã que ela conhece, que são conhecidos como “supervisores“, mas pensam em si mesmos como anjos da guarda. Os supervisores existem para proteger o destino de determinadas pessoas. Ela o leva ao parque MacArthur, mesmo local onde Raffi e Sete detectaram o fraco sinal alienígena no episódio anterior. Depois de uma palhaçada sobre “não ser seguido” e possuir a mente dos transeuntes, Picard finalmente conhece a Guardiã.

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Guardiã dominando mentes pra conduzir Picard. Imagem do episódio

A Guardiã se parece muito com Laris (Orla Brady) a romulana que convive com Picard no chateau. Ele se assombra, mas ela lhe dá um tapinha carinhoso no ombro e ambos desaparecem numa fumaça estranha semelhante a uma porta. O transporte é muito semelhante ao método de viagem empregado por Gary Seven (Robert Lansing), também conhecido como Supervisor 194. Este personagem apareceu em “Missão: Terra” (Assignment: Earth), ultimo episódio da segunda temporada da Série Clássica.

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Picard e a Guardiã. Foto de Trae Patton/Paramount+ ©2022 ViacomCBS.

E por fim, mas não menos importante, temos a participação de Q num evento que, com certeza vai mexer com as nossas cabeças mais uma vez. Os seus poderes parecem não funcionar. Em Penitência, Picard notou que ele parecia doente. Será que a grande entidade do Continuum está com seus dias contados? Não dá pra ter certeza, mas é óbvio que algo está profundamente errado.

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Q e seu gesto característico. Fonte: Trek Movie.

Conclusões

Guardiã é um episódio morno, quase frio. Os personagens coadjuvantes são jogados para escanteio numa trama rocambolesca simplesmente pra que tudo não seja revelado logo nos primeiros episódios. Quanto ao protagonista, dessa vez Picard ganha um pouco de relevância e sai do segundo plano para conhecer Guinan do século XXI e finalmente a Guardiã.

Diferente de Assimilação, que a trama começa a mudar de ato, Guardiã nos traz um meio do caminho quase sem sentido. Fica aquela sensação de você já sabe o que vai acontecer: tudo pode ser feito em poucos episódios, mas é enrolado e arrastado em pelo menos oito. Nos resta uma noção de enganação muito grande que pode nos desconectar do show e é aí que a audiência começa a despencar. A gente espera que não.

A química entre Allison Pill e Annie Wersching está fantástica. Jurati e a Rainha Borg, respectivamente, possuem os melhores diálogos deste episódio. Melhores até que o de Picard e Guinan. De fato, a Rainha Borg interpretada por Annie não só é cínica, como malévola e de certa forma, aterrorizante. Allison faz uma Jurati divertida, mas sem se tornar uma palhaça. Acredito que as aparições de ambas foram o ponto alto do episódio.

Por fim, o gancho deixado por Q na cena final é outro elo de ligação de Guardiã com o resto da série. Pelas imagens de divulgação, sabemos que a cena acontece em Janeiro de 2024, antes dos protagonistas viajarem no tempo (Abril de 2024). Então não sabemos se estamos diante de um problema novo ou se esse é, na verdade, a origem de toda trama. E pelo jeito, nem Q pode responder essa.

Nota: 2,5 / 5

Anteriormente, em Star Trek: Picard…

STAR TREK: PICARD | Análise crítica de “O Observador de Estrelas” (2×1)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Penitência” (2×2)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Assimilação” (2×3)


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Desenvolvedor de sistemas, escritor, jogador de RPG, fanático por jogos de tabuleiro, leitor voraz. Tento salvar o mundo nas horas vagas, mas é difícil por que nunca tenho horas vagas...

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