Séries
STRANGE NEW WORLDS | Análise do episódio “Fantasmas de Ilyria” (1×3)
Fantasmas de Ilyria é o terceiro episódio da primeira temporada de Star Trek: Strange New Worlds. A série, derivada da Série Clássica e de Star Trek: Discovery, narra as aventuras da tripulação da Enterprise anos antes dela ser comandada pelo Capitão Kirk.
Atenção tripulação! Ativar alerta de spoilers!
Fantasmas de Ilyria
Se eu pudesse escolher uma palavra para definir esse episódio eu escolheria “confiança”. De fato, se você observar o episódio duplo “A Coleção” (The Menagerie, primeira temporada da Série Clássica) vai ver que os frutos da confiança demonstrada ali nascem na época que Strange New Worlds quer apresentar. Então nada mais justo que começar dessa forma, afinal, toda árvore frondosa já foi uma pequena semente alguma vez.
Cena do episódio “A Coleção”. Imagem do episódio
Nada de muito novo é apresentado em Fantasmas de Ilyria. Visitando uma colônia iliriana abandonada, os tripulantes contraem um vírus que começa afetar toda nave. É bem parecido com o que foi apresentado em “Tempo de Nudez” (Naked Time, da Série Clássica) e “A Hora Nua” (The Naked Now, de A Nova Geração). Mas desta vez o vírus é transmitido pela luz, o que força a Enterprise a ser colocada em quarentena, no escuro.
Em “Filhos do Cometa” conhecemos um pouco da história da cadete Uhura (Celia Rose Gooding) e nesse episódio temos descobertas bastante interessantes sobre a Primeira Oficial Una Chin-Riley (Rebeca Romijn). Primeiro, descobrimos que ela é iliriana. Os ilirianos têm uma história complicada com a Federação, graças à sua história de se alterarem geneticamente de maneiras que a organização proíbe após as Guerras Eugênicas. Pouco se sabe sobre eles – ou o que aconteceu com esse grupo particular de colonos em Hetemit IX.
Pike e sua Primeira Oficial. Imagem da internet
Eu tenho a força!
Spock (Ethan Peck) e Pike (Anson Mount) ficam presos no planeta por causa de uma tempestade iônica. Mais uma vez, nada diferente daquilo que já vimos antes em episódios como “Primeiro Comando” (Galileo Seven, primeira temporada da Série Clássica) ou ainda “O Inimigo” (The Enemy, terceira temporada de A Nova Geração). O objetivo, acredito eu, fosse dar embasamento ao surgimento da doença, mostrar o ponto de vista dos ilirianos e criar uma química entre Spock e Pike.
Pike na biblioteca Iliriana. Imagem do episódio
O primeiro objetivo é cumprido, mesmo que de forma primária. O segundo objetivo, credibilizar os ilirianos por tentarem entrar na Federação, talvez tenha um certo peso no sentido amplo de Jornada nas Estrelas. Combater o preconceito sempre foi um dos temas recorrentes da franquia e não havia por que agora ser diferente. Já a química entre Pike e Spock… Bem, individualmente são interpretados por dois bons atores e o peso do legado eleva o carisma de cada um deles. Mas juntos, não chegam a formar uma dupla dinâmica como Spock formaria com Kirk. Nesse caso, as partes são melhor que o todo.
No final de tudo, temos a revelação de que Una é na verdade, uma iliriana de outra colônia. Parte de suas habilidades genéticas incluem resistir ao vírus e à radiação além de uma grande força física, capaz de carregar Hemmer (Bruce Horak) e combater La’an (Cristina Chong). Seu organismo serve como base para criar um antídoto e salvar a tripulação. Clichê sim, mas a interpretação de Rebeca Romijn é incrível e mostra como uma mulher pode sim, ser a melhor Primeiro Oficial da frota!
A Primeira Oficial sendo examinada. Imagem da internet
Confidências
Como foi dito anteriormente, o que Fantasmas de Ilyria nos traz é uma cadeia de confiança. O doutor M’Benga (Babs Olusanmokun) e a enfermeira Chapel (Jess Bush) são os primeiros a saberem da origem de Una, mas nas palavras da enfermeira, “dane-se o regulamento”. O importante ali era salvar vidas. Da mesma forma depois o capitão concede a ela o benefício de permanecer na Frota Estelar, afim de guardar o seu segredo. E por fim a Número Um retorna o favor ao doutor, não contando sobre seu segredo do teletransportador médico.
O doutor M’Benga e seu nome que mais parece uma pegadinha de quinta-série. Imagem da internet
Me parece que todo mundo na Enterprise agora tem o rabo preso, mancomunados uns com os outros, mas prefiro pensar num sentido mais estrito de confiança. Se eu vou ficar cinco anos no espaço confinado com outras pessoas, então é melhor que não haja segredos. O episódio termina com uma indagação muito propícia: teria o capitão a mesma atitude se Una não fosse uma das mocinhas, uma heroína?
Eu prefiro pensar que sim. O capitão viu que nem sempre dá pra reverter um preconceito e que boas intenções sim, são válidas – mesmo que o inferno esteja cheio delas. Ora se esse não é o antigo espírito de Jornada nas Estrelas, mais uma vez. Que seja e que continue.
Nota: 4/5
Anteriormente, em Strange New Worlds…
STRANGE NEW WORLDS | Análise do episódio “Strange New Worlds” (1×1)
STRANGE NEW WORLDS | Análise do episódio “Filhos do Cometa” (1×2)
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