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Críticas

WESTWORLD S03E06 | Crítica do Neófito

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 ALERTA DE SPOILER!!!!!!

(Este texto poderá abordar alguns elementos da trama)

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Todos, agora, têm motivação de sobra para fazerem o que tem que fazer.

A trama desta inconstante (e até um pouco frustrante) terceira temporada de Westworld se encaminha para o final.

Os jogadores estão posicionados e prontos para o clímax.

Maeve (Tandie Newton), para além das chantagens e ameaças do temível Serac (Vicente Cassel), tem, agora, motivos de sobra para matar, por si própria, a implacável Dolores (Evan Rachel Wood), com cuja causa, de certo modo, tenderia a se identificar, caso não fossem as circunstâncias. No encaminhamento de seu plano meio difuso (afinal, ela quer gerar o caos no mundo dos humanos, salvar sua espécie ou construir um novo mundo? Ou tudo isso junto?) Dolores não mede esforços ou se contém por nada. Para Maeve não contar com o importante aliado Hector (Rodrigo Santoro), ela simplesmente destrói de vez a esfera com a programação do personagem. Desta vez, o ator brasileiro deve dar um adeus definitivo para a série. Uma pena! (outro que deve ter se despedido do programa é Simon Quarterman e seu Lee Sizemore, mas nunca se sabe…).

Resta saber se Maeve continuará nas mãos de Serac ou se conseguirá reverter sua incômoda situação.

 Foro: Divulgação

Além desse núcleo de ação, o episódio basicamente se volta para Charlotte Hale / Dolores (Tessa Thompson) e William / Homem de Preto (Ed Harris).

Esse, aliás, é mostrado às voltas com seu tratamento na instituição psiquiátrica em que Dolores o encerrou. Infelizmente, os talentosos roteiristas Jonathan Nolan e Lisa Joy não se furtam em criar os mais estereotipados personagens de manicômio, tais como a terapeuta bem intencionada, mas cheia de problemas; o médico sádico; o enfermeiro brutamontes e caladão. Talvez tenham optado pelos tipos prontos e malvados para amenizar a personalidade de difícil empatia criada pelo sempre ótimo Ed Harris para seu personagem. É realmente complicado gostar ou torcer pelo Homem de Preto, apesar de sua relevância para a história nos dois primeiros anos da série. O problema é que, até agora, não fica claro qual será o papel que ele poderá exercer na trama atual, parecendo estar inserido aí apenas porque se trata dele. Assim, o antepenúltimo episódio desta temporada gasta um tempo excessivo para revisitar um traumático (?) passado do personagem, que pode, no fim das contas, nem ser real, haja vista as diversas pistas de que William seja, na verdade, um anfitrião feito para conferir imortalidade à sua matriz. Resgatado no final do episódio por Bernard – algo que vínhamos anunciando desde o início da temporada – finalmente ele poderá ser de alguma relevância para o encadeamento do roteiro. Disposto a matar e destruir ele parece estar!

Foto: Divulgação

Mas, sem dúvida, o arco que mais evoluiu foi o de Charlotte Hale (Tessa Thompson). Após a revelação de que ela é mais uma das cópias mentais de Dolores, neste 6º episódio, fica compreensível os problemas que a personagem vinha enfrentando. A Charlotte/Dolores acaba por realmente gostar da família da antiga Charlotte Hale humana, principalmente do filho desta, de modo a passar a questionar a disposição para o sacrifício que a Dolores “original” tem exigido de suas cópias (como foi o caso do clone mental em Martin ConellsTommy Flanagan – no episódio passado). Ela chega a ter atos falhos, dizendo “minha família”, em certo momento.

A missão suicida que ela tem que cumprir é recheada de tensão, reviravoltas e boas cenas de ação. O dramático e chocante final de sua participação no episódio é uma das melhores coisas da temporada! (proporcionando meia navezinha a mais na avaliação!) A expressão fria e enigmática num corpo ainda em chamas é fantástica! Há, ali, uma mistura de dor lancinante, contrição extrema, ódio no mais alto nível! A união da determinação da Dolores “original” mais a  terrível perda emocional da Charlotte/Dolores a tornam uma personagem absolutamente motivada a agir, totalmente desapegada (não há mais nada a perder) e muito perigosa.

Foto: Divulgação

Assim, todos os jogadores e peças estão nos seus devidos lugares.

As cópias e a Dolores “original” provavelmente terão que lutar em várias frentes simultaneamente: contra Maeve, contra Serac, contra o Homem de Preto e contra Bernard, estejam eles unidos ou não, afinal, cada um teria seu próprio motivo para combatê-la.

Maeve lutará contra Dolores e contra Serac ao mesmo tempo, o qual, por sua vez, precisará lidar com a Dolores “original” pelo controle da Delos/Incite/Rehoboam, com a clamante por vingança Charlotte/Dolores e, como dito, com Maeve, que obviamente terá que novamente lutar por sua liberdade.

E restam apenas dois episódios para todos esses nós serem desatados!

Foto: Divulgação

De fato, o novo formato linear da história de Westworld causou claros prejuízos para a série, que detinha muito da sua força narrativa e consistência do enredo nos mistérios do parque e personagens, além do processo gradativo de tomada de consciência dos androides. A trama conspiratória e os resultados até agora obtidos pelo plano de Dolores são vagos e exagerados. Apesar da comentada confusão global causada pela revelação do perfil das pessoas do mundo traçado pelo Rehoboam, isso é simplesmente jogado na cara do espectador sem maiores explicações de por que isso de fato ocorreu e sem nenhuma demonstração visual mais ampla desses efeitos ao redor do mundo. Veem-se alguns suicídios isolados e comentários, mas só.

Nesta nova temporada – apesar de todo o cuidado estético (cenários belíssimos, efeitos especiais competentíssimos, atuações irrepreensíveis etc.) – a série acabou por perder aquilo que era o seu diferencial, tornando-se apenas mais uma boa série da HBO, bem produzida e de encher os olhos, mas com um conteúdo comum.

Um bom final costuma redimir histórias que, em seu encadeamento, não foram tão bem sucedidas.

Esperamos ansiosamente que o casal Nolan e Joy consigam realizar tal proeza e que nos surpreendam na conclusão da saga, justificando, quem sabe, alguma continuação…

Foto: Divulgação

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)

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Sou um quarentão apaixonado pela cultura pop em geral. Adoro quadrinhos, filmes, séries, bons livros e música de qualidade. Pai de um lindo casal de filhos e ainda encantado por minha esposa, com quem já vivo há 19 bons anos, trabalho como Oficial de Justiça do TJMG, num país ainda repleto de injustiças. E creio na educação e na cultura como "salvação" para nossa sociedade!!

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