WESTWORLD S03E07 | Crítica do Neófito

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 ALERTA DE SPOILER!!!!!!

(Este texto poderá abordar alguns elementos da trama)

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O penúltimo episódio da 3ª temporada de Westworld é repleto de ação, revelações e suspense.

O segundo embate entre Maeve (Thandie Newton) e Dolores (Evan Rachel Wood) acontece de forma violenta e estratégica, envolvendo combate físico, de argumentos e utilização de tecnologias diversas por ambas as partes. A melhor sequência de ação da temporada! As duas personagens são inteligentes, poderosas, motivadas e determinadas como poucas! O embate é brutal e imprevisível e as atrizes se entregam às cenas de luta, bastante convincentes.

Foto: Divulgação

Aliás, o episódio já começa quente, com o troco de Maeve no clone japonês de Dolores, mostrando que ela também fez aliados para o confronto final. Muito boa a sequência!

A grande revelação fica por conta do esclarecimento da importância de Caleb (Aaron Paul), que enrola um bocado, mas é muito interessante. Afinal, através dele, ficamos sabendo que a programação dos anfitriões – apagados e reiniciados sempre que necessário – passou para o mundo real, agora em pessoas, que passando por um tratamento meio desumano, podem ter sua memória apagada e vida reprogramada, segundo as diretrizes de probabilidade de fim-de-mundo do super AI, Rehoboam.

Mas a “coincidência” do encontro entre Caleb e Dolores acaba soando um pouco forçada, convenhamos. Mesmo antes de ter controle sobre Rehoboam, ela já sabia que ia encontrá-lo? Como? E se ele não tivesse voltado para ajudá-la? Ou ela o escolheu apenas depois de ver a importância dele? Mas como ela ficou sabendo dessa importância antes de deter os dados de Rehoboam? As misteriosas elipses narrativas de Nolan e Joy, desta vez, ficaram mais obscuras que inteligentes e desafiadoras.

Foto: Divulgação

Tessa “lábios sensuais” Thompsom e sua Charlotte Hale / Dolores aparece muito rapidamente no início do episódio, indicando que a personagem tomará uma direção bastante diferente do que muitos poderiam imaginar, o que, se for confirmado, será uma mudança de rumo interessante para a trama.

Outro núcleo que recebe algum desenvolvimento – mas de longe é mais fraco e que tem se revelado completamente desnecessário – é o formado por Bernard (Jeffrey Wright), Stubbs (Luke Hemsworth) e William (Ed Harris). A importância deles para a história não ficou demonstrada até agora! De interessante, William se tornou um psicopata chato, sem que se possa entender que diabos de utilidade futura Bernard pode ter visto nele! Ao que tudo indica, o último episódio vai continuar mostrando o personagem em sua sede sanguinária contra os anfitriões. Se nas temporadas anteriores ele denotava um total desprezo pelos androides, neste último episódio ele foi tomado por um ódio meio inexplicável pelas criaturas, inclusive daquelas que o salvaram de ficar num loop enlouquecedor dentro da própria mente.

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Bernard é outro que, de protagonista, tornou-se quase que um coadjuvante perdido e itinerante, sem lugar e papel definidos até o momento. Ainda que o próximo e último episódio reservem alguma grande surpresa quanto a ele, é muito pouco diante da relevância e profunda dramaticidade do personagem nas duas primeiras temporadas.

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Outra coisa – que pode ser apenas minha grande ignorância – é entender como saber de um perfil pessoal pode provocar tamanho caos na sociedade, como foi o caso da revelação dos dados probabilísticos que Reoboam tinha das pessoas. Para piorar, agora Caleb parece deter o poder de provocar o Apocalipse! Será que todas as pessoas da Terra passaram pela reprogramação mental? E por que Dolores precisa de tamanha destruição para salvar uns poucos anfitriões que sobraram para contar história? E por que Caleb, em razão de um pecado pessoal estaria disposto a provocar a morte de talvez bilhões de seres humanos?

O roteiro de Nolan e Joy costuma trazer boas surpresas e bons finais aos seus arcos narrativos, além de conseguir contrariar várias das nossas expectativas. Mas, ao mesmo tempo, eles parecem adorar escrever textos obscuros, dúbios, cheios de pausas dramáticas, meias-verdades etc., com o fito de tornar a trama mais rocambolesca e difícil.

Mas o que parece ter ocorrido mesmo foi um certo esvaziamento de ideias. Enquanto a primeira e segunda temporadas apontavam sempre para algum lugar específico, esta temporada parece existir apenas para se aproveitar do sucesso das antecessoras, sem ter muito mais o que dizer, apesar do belíssimo estilo e concepções visuais (palmas, aliás, para o design de produção!).

Foto: Divulgação

O pior de tudo é que uma 4ª temporada já foi encomendada…

Será que ainda haverá um mundo sobre o qual a trama se desenvolver?

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Nota: 3,5 / 5 (muito bom)

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