STAR TREK PICARD | Análise do episódio “Mercy” (2×8)

Mercy é o oitavo episódio da segunda temporada de Star Trek: Picard. A série é uma produção da CBS baseada no universo de Jornada nas Estrelas – A Nova Geração.

Anteriormente

No episódio anterior, Picard estava em coma e foi ajudado por Tallin que entrou em sua mente. Descobrimos que o pai de Picard não era o monstro que ele imaginava. Enquanto Rios ficava de vigília, Raffi e Sete de Nove ficam batendo perna atrás da Rainha Borg, agora no corpo de Agnes Jurati. Quando o almirante se recupera, ele vai até Guinan, com a intenção de convocar Q, mas o ritual falha. Então, de forma inesperada, o FBI chega pra levar ambos presos.

Mercy

O almirante Jean-Luc Picard (sir Patrick Stewart) e Guinan (Ito Aghayere) tomam um chá de cadeira num armazém genérico esperando pelo tal agente Wells do FBI (Jay Karnes). Ele faz umas perguntas idiotas a eles, convicto que são alienígenas querendo sabotar a Missão Europa. Eu esperava um clima de tensão à Arquivo X, com Wells fazendo o cara durão, mas nada na cena convence.

Agente Wells bancando o Fox Mulder. Imagem da internet.

Rios (Santiago Cabrera) que havia transportado a sua nova ficante com seu filho pra nave, descobre que algumas rotinas da nave estão bloqueadas pela Rainha Borg, e tenta descobrir como desfazer o processo. Raffi (Michelle Hurd) e Sete de Nove (Jeri Ryan) continuam rastreando a alienígena, descobrindo que ela está consumindo lítio de baterias para alimentar os nanorobôs de assimilação. Ela vence ambas em combate corporal, mas a consciência de Jurati (Allison Pill) se faz presente e ela não elimina Raffi por pouco.

Agnes bancando a Rainha Borg. Imagem: Treknews

Já Kore (Isa Briones) tenta vasculhar mais sobre seu passado usando realidade virtual para invadir o laboratório do pai – e eu fico me perguntando que tipo de segurança é essa que permite uma falha dessas? Deve ser por isso que Q (John DeLancie) conseguiu invadir tão facilmente o sistema. E o faz novamente, dando a Kore a oportunidade de uma cura definitiva.

Picard e Guinan são separados e enquanto o almirante é interrogado, a El-Auriana recebe a visita de Q. E sem nenhuma surpresa, descobrimos que Q está morrendo. De fato, a história não dá nenhuma reviravolta espetacular, mas é sem sombra de dúvidas a melhor conversa do episódio. Ambos os atores, Ito Aghayere e John DeLancie acabam ganhando espaço para dar mais brilho ao seus personagens e por mais que as coisas não fluam, ao menos elas não se tornam cansativas aqui. Enfim, ficamos sabendo que “não é a prisão, mas a fuga que conta” e que “os humanos estão sempre presos ao passado”.

Q se dando conta de sua própria imortalidade. Imagem da internet

O futuro a Deus pertence

Depois de conversar com Q, Guinan passa a Picard as informações de forma telepática. Alguém sabia desse poder dela? Teve algum episódio que foi comentado ou manifestado? Se souberem, deixei nos comentários abaixo, eu confesso que não me lembro! Mas enfim, ela dá a deixa a Picard que conversa com Wells e bem… Descobrimos que o mesmo teve contato com vulcanos na sua infância – ele era o menino que aparece logo nas cenas iniciais.

Por sua vez, Kore confronta o pai, o doutor Adam Soong (Brent Spinner, funcionando meio que no automático) sobre suas mentiras. Ele então conta sobre seus experimentos e como ela foi apenas um meio para o fim. Ele a ama por que ama seu trabalho, ou seja ela não é uma filha, é somente um experimento. Curada pelo remédio entregue por Q, ela simplesmente sai andando de casa. Descalça, sem dinheiro e documentos, onde ela espera chegar?

Enquanto Rios vive seu amor adolescente em La Sirena, Raffi e Sete chegam a Picard. Eles resolvem usar o teleporte de Tallin para ver se conseguem chegar na nave, uma vez que seus sistemas estão comprometidos. E por falar em comprometer, a Rainha Borg chega à casa de Soong, que está bêbado e amargurado pelo seu fracasso. Então uma vez que o discurso sobre a futilidade da resistência é desnecessário, ela expõe a Soong o futuro de suas ações e suas opções.

Rainha Borg encontra o doutro Sooong. Imagem de: Nicole Wilder/Paramount+ ©2022 ViacomCBS.

Entre ser um cientista fracassado e o próximo herói do planeta, fica claro qual deles Soong pretende ser. Então ele cobra algunas favores e logo a Rainha Borg tem alguns operativos da Sperhead Operations pra assimilar. O ano de 2024 começa a ter uma grande reviravolta.

Conclusão

Mercy, assim como seu antecessor, Monstros, é mais um episódio que a trama desenvolve pouco. Aqui, no entanto, não ficamos no marasmo como antes. Ao menos alguma coisa acontece. Mercy acaba parecendo um filler com algo a mais, no entanto, não cultive expectativas.

A existência do arco do agente Wells não acrescenta em nada à trama principal, exceto talvez por um elo com o episódio “Carbon Creek”, de Jornada nas Estrelas: Enterprise. Mas o elo é bem fraco, que quase se rompe. Guinan exibindo poderes que nunca teve e Q a beira da morte trazem uma nova essência ao episódio, mas o brilho é muito mais dos atores que os interpretam do que pelo roteiro.

Q sem poderes no FBI. Imagem da internet

Outra coisa que Mercy nos trouxe foi a resolução rápida de algumas coisas. Por um lado foi bom – fechar o arco de Kore, por exemplo – mas por outro lado nos mostra o tom apressado que a série vai tomar daqui pra frente. Faltando dois episódios pra acabar a temporada e com várias coisas ainda pendentes, isso é bem preocupante.

E por falar em resolução, já nem dá pra saber qual é a trama principal, se é os problemas enfrentados por Q, o retorno ao presente, a infância e os traumas de Picard… Tudo isso já virou um carnaval rocambolesco que vai ser um nó difícil de desatar. Com o perdão do trocadilho, a gente espera um pouco de misericórdia no final.

Nota: 2,5/5

Anteriormente, em Star Trek: Picard…

STAR TREK: PICARD | Análise crítica de “O Observador de Estrelas” (2×1)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Penitência” (2×2)

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