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STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Monstros” (2×7)
Monstros é o sétimo episódio da segunda temporada de Star Trek: Picard. A série é uma produção da CBS baseada no universo de Jornada nas Estrelas – A Nova Geração.
Atenção tripulação! Ativar alerta de spoiler!
Anteriormente
No episódio anterior, a tripulação de La Sirena vai ao baile de gala para tentar convencer Reneé Picard a não desistir da Missão Europa. Jurati causa uma distração cantando enquanto Picard vai conversar com sua ancestral. Ao término da conversa, um ressentido doutor Soong atropela o almirante, deixando-o gravemente ferido. Sem alternativas, o grupo o leva para a clínica da doutora Teresa, que consegue estabilizá-lo, mas não entende por que ele não sai do coma. Tallin decide então entrar na mente do almirante para ver o que está acontecendo.
Monstros
Monstros começa com Picard (sir Patrick Stewart) em uma sessão de terapia não convencional. O terapeuta, interpretado por James Callis, é um personagem bastante interessante e um tanto perturbador. Ele força o almirante a contar uma história de forma a tentar entende-lo e força-lo a falar sobre seus traumas. Ele então começa a contar sobre sua mãe, na forma de um conto de fadas. Logo os monstros a perseguem e os obriga a se esconder em um porão escuro, onde eles acabam se separando.
Acho interessante essa tratativa ao personagem, mas é importante lembrar que Picard tem um irmão e em nenhum momento ele aparece, dentro da história do personagem, mesmo de forma coadjuvante (a história real, não do devaneio contado por este). Será que o irmão tinha um entendimento maior que o de Picard naquela época e por isso, aos olhos deste, ficava “invisível“? Jamais saberemos de verdade.
Então Tallin (Orla Brady) se conecta à mente de Picard usando um artefato que se assemelha a uma orelha, enquanto Raffi (Michelle Hurd) e Sete de Nove (Jerri Ryan) se teleportam de volta à La Sirena para conseguirem saber o paradeiro da desaparecida Jurati (Allison Pill). Cabe a Rios (Santiago Cabrera) ficar responsável por vigiar Picard e Tallin para que ninguém interrompa o processo.
Pra encurtar a conversa – até por que boa parte dela é mesmo dispensável – o terapeuta é na verdade pai de Picard e durante todo esse tempo, tentou proteger sua mãe de um possível transtorno mental (algo muito próximo de uma bipolaridade ou depressão severa), possivelmente interpretado de forma errônea por Picard quando criança, que mentalizou seu pai como um monstro. Eu fico pensando se no século XXIV não existiam tratamentos melhores do que trancar alguém isolando-a da família, mas enfim…
O inimigo como professor
Como o nome deste episódio é Monstros, Raffi e Sete de Nove voltam pra La Sirena, só pra descobrem a seguir que a doutora está possuída pela Rainha Borg. Elas resolvem então partir em busca dela antes que seja iniciada uma assimilação em massa. Estas duas personagens, nessa temporada, só serviram pra ficar correndo pra lá e pra cá feito duas baratas tontas, só pra gente achar que elas estão ocupadas com alguma coisa. Nem mesmo a suposta tensão amorosa que deveria haver entre elas parece compensar alguma coisa.
Picard tem um vislumbre de que Q quer ser “conhecido mais a fundo“, uma forma idiota de vincular o trauma de infância do almirante com a trama principal – que vem perdendo força a cada episódio. Lá vai Picard falar com a pessoa que mais entende de alguém do Continuum: a el-Auriana Guinan (Ito Aghayere). Apesar de não estar feliz em ver Picard, ela lhe conta sobre a guerra fria entre sua espécie e a de Q e como fizeram uma trégua. A mim pareceu-me uma ideia fraca e roteirismo puro! Enfim, Guinan não consegue invocar Q como eles pretendiam, provavelmente por que seus poderes se foram.
Raffi e Sete descobrem uma câmera que demonstra Jurati quebrando um vidro e chegam a conclusão que a Rainha está interessada em endorfinas pra manter o controle. Se ela começar a assimilação aqui, a Terra estaria condenada, então elas resolve dizer “adeus as borboletas” e caçar a alienígena. Outro que ignora completamente as mudanças no tempo é Rios, que leva Teresa e seu filho direto para a La Sirena – e me deixou perguntando quem estava operando o teletransporte, afinal. E a gente termina com Picard e Guinan sendo presos pelo FBI, ao descobrirem sobre o teletransportador. Essa parte juro que ainda não entendi.
Conclusão
Monstros é um episódio fraco, pra não dizer ruim. A trama principal (resolver a distorção temporal criada por Q) mais uma vez não avança. Mas diferente de Guardiã, que claramente era um filler, este aqui nem mesmo diverte. De fato, a obrigação de estender os episódios é um pouco jogado na cara do telespectador. Não há nenhuma intenção de esconder a obviedade em não ter praticamente nenhuma trama aqui.
A ideia inicial de Picard ter um trauma de infância foi de “ideia brilhante que aprofunda o personagem” a “mera ação para interligar a trama principal com algo que nem sabemos o que é“. Ou seja, um grande desperdício. No início achávamos que Picard poderia trazer um lição sobre relacionamentos tóxicos, depois fomos levados a crer que a série trataria sobre doenças e distúrbios psicológicos, como foi feito de forma excelente em Two Of One. Mas simplesmente essa estrutura parece ter sido ignorada por completo aqui.
Durante os episódios anteriores, a tripulação parecia ter um certo cuidado com a temporalidade, mas agora tudo foi pro espaço – com perdão do trocadilho. Rios teleporta um aparelho de sua nave que curiosamente Teresa consegue usar e o mesmo leva a doutora e seu filho pra um passeio na nave. Tallin revela que os romulanos estiveram na Terra bem antes do Primeiro Contato, não só derrubando este referido filme, como ignorando a ideia plantada em “Missão: Terra” (Assignment: Earth) da Série Clássica. Sem dizer Sete de Nove que declaradamente diz não se importar com a linha do tempo se isso destruir a Rainha Borg.
Monstros é a prova de que a segunda temporada começa a ter o mesmo formato da temporada anterior, indo de episódios de estreias fantásticos, passando por itens medianos e tendo um final razoável ou fraco. Promete mais do que cumpre. Considerando que a segunda temporada, apesar de tudo, está melhor que a primeira, a gente torce para que este estigma mude.
Nota: 2/5
Anteriormente, em Star Trek: Picard…
STAR TREK: PICARD | Análise crítica de “O Observador de Estrelas” (2×1)
STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Penitência” (2×2)
STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Assimilação” (2×3)
STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Guardiã” (2×4)
STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Me Leve Para a Lua” (2×5)
STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Two Of One” (2×6)
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