Críticas
STAR TREK DISCOVERY | O Retorno dos Klingons Cabeludos e suas Bat’Leths – Episódio #03: Point of Light – Crítica do Viajante
Aparentemente a revolta por parte dos trekkers e a onda de protestos recebida pela CBS após a mudança de aparência dos Klingons apresentada na primeira temporada de Star Trek: Discovery surtiu efeito. No terceiro episódio da segunda temporada que vem sendo exibida semanalmente e também disponibilizada na rede de streaming Netflix, a beligerante raça oriunda do planeta Qo’nos volta a aparecer com algumas mudanças que remetem ao visual clássico.
Kol-Sha
Em Point of Light percebemos logo de cara que os klingons voltam a ter cabelos e barbas. O episódio mostra logo no começo uma reunião do Alto Conselho Klingom e nele já vemos que a chanceler L’Rell (Mary Chieffo) já não está mais careca. Seu oponente Kol-Sha (Kenneth Mitchell), também apresenta longa barba branca. O próprio consorte de L’Rell, um klingon que sofreu transformação genética para aparentar ser humano e espionar a federação na primeira temporada, conhecido pelo nome klingon Voq ou pelo humano Ash Tyler (Shazad Latif) também ostenta uma barba cheia e um coque samurai. Inclusive, durante uma comunicação holográfica, a protagonista Michael Burnham (Soneqa Martin-Green) questiona isso de Tyler recebendo uma confirmação. Porém, o motivo de os klingons anteriormente estarem evitando o crescimento de seus cabelos não foi revelado. Quem sabe no futuro os roteiristas inventem uma desculpa pra isso. Mas a verdade é que se renderam aos fãs e estão tentando na medida do possível fazer com que os honrados guerreiros voltem a ter pelo menos minimamente a aparência das séries anteriores. Outro detalhe que pode ter agradado aos fãs foi uma batalha com Bat’Leths, as tradicionais lâminas klingon. Coreografia nem tão boa, mas é sempre legal vê-los em combate com tais armas.
Já o enredo em si nos traz Kol-Sha questionando a capacidade de L’Rell, como fêmea e como “amante de um humano” (ele faz questão de menosprezar Voq como klingon por sua aparência humana) de comandar o império. Ao descobrir que a chanceler possui um filho escondido, vai tentar chantageá-la com o intuito de dar um golpe de estado. O que teria ocorrido se não fosse a interferência de Philippa Georgiu (Michelle Yeoh), a ex-imperatriz do Império Terrestre do Universo-Espelho e que agora revela estar trabalhando com a Seção 31, um departamento de espionagem da Federação de Planetas, já conhecido dos trekkers de outras séries e que é tão secreto que nem a alta-cúpula do oficialato da própria Federação sabe de sua existência. Sua função seria manter os olhos sobre a própria organização, planejando e executando inclusive operações “Black Ops” com o intuito de combater a corrupção ou qualquer outra coisa que possa corromper os ideais da mesma.
Na trama paralela vemos o desdobramento dos problemas da cadete Sylvia Tilly (Mary Wiseman) que no episódio anterior havia começado a ter “alucinações” com uma antiga colega de escola chamada May Ahearn (Bahia Watson) já falecida. Quando o episódio começa, percebemos que essas visões e as interações da mesma com ela aumentaram substancialmente a ponto de prejudicar o desempenho da moça que está passando por provas para se tornar comandante. Já havia ficado meio evidente que isso provavelmente estava ocorrendo devido a alguma relação com o motor de esporos da U.S.S. Discovery. Isso foi confirmado, porém a surpresa veio ao descobrirmos que aparentemente os fungos do universo micelial ao qual a tecnologia é ligada são mais inteligentes do que se supunha. Provavelmente daí virão as explicações futuras sobre porque o motor não é usado nas séries cronologicamente sub-sequentes.
As atenções dos fãs no entanto estão totalmente focadas na terceira trama apresentada nesse episódio que se relacionam com um dos mais amados personagens da fraquia: Spock. No episódio, a mãe de Spock, Amanda Grayson (Mia Kirshner), sobe a bordo da Discovery para pedir ajuda à sua filha adotiva, a já citada comandante Burnham, para descobrir o paradeiro do rapaz meio humano meio vulcano. Somos informados que Spock fugiu da clínica psiquiátrica onde ele mesmo se internou e está sendo procurado por 3 assassinatos supostamente cometidos durante a fuga. Ao analisarem as fichas médicas da clínica que foram roubadas por Amanda, as duas se deparam com uma figura de um anjo vermelho desenhado pelo paciente. Burnham reconhece a figura como sendo a mesma da visão que teve dois episódios atrás num momento em que corria alto risco de vida e que ela julgara ser uma mera alucinação causada pela tensão extrema da ocasião. Já Amanda revela que Spock já havia desenhado a mesma figura na infância.
O tal Anjo Vermelho já causa apreensão nos trekkers mais tradicionalistas. Temem que os roteiristas possam estar introduzindo uma temática sobrenatural na série que, convenhamos, destoa totalmente da essência de Star Trek que sempre prezou pelo caminho da primazia científica em detrimento á utilização de mitologia sem fundamento.
Minha classificação para Point of Light cai meio ponto em relação ao episódio anterior que tinha sido acima da média:
Críticas dos episódios anteriores:
STAR TREK DISCOVERY | De Volta à Estrada de Cogumelos – Episódio #02: New Eden -Crítica do Viajante
Leia também as críticas de cada episódio da 1º Temporada:
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