STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Esconde-Esconde” (1×9)

Esconde-Esconde é o oitavo episódio da segunda temporada de Star Trek: Picard. A série é uma produção da CBS baseada no universo de Jornada nas Estrelas – A Nova Geração.

Atenção tripulação! Ativar alerta de spoilers!

Anteriormente

No episódio anterior, Picard e Guinan são detidos pelo agente Wells do FBI, que acredita que ambos são alienígenas tentando sabotar a Missão Europa. Raffi e Sete de Nove encontram-se com a Rainha Borg, que estava consumindo lítio para iniciar o processo de assimilação no século XXI. Kore recebi de Q o remédio definitivo para sua doença, e após o pai confessar-lhe os erros, foge de casa. Frustrado, Adam Soong começa a beber quando recebe a visita da Rainha Borg, com uma proposta que é inútil de resistir…

Esconde-esconde

A Rainha Borg (Annie Wersching) ativa o transporte e chega na nave com alguns de seus borgs recém assimilados. Rios (Santiago Cabrera) abandona a nave e foge com Teresa e o filho dela, encontrando-se com o restante da tripulação no meio do caminho para o chateau. No entanto a Rainha Borg não consegue de imediato controlar a nave, e começa um embate mental entre ela e Jurati (Allison Pill) mais uma vez. A cientista colocou uma criptografia nos comandos e não memorizou a senha. Ao contrário, ela depositou a senha dentro de um comando holográfico, o Holograma de Combate para Emergências, que tem a forma de Elnor (Evan Evagora).

Holograma de Combate para Emergências na forma de Elnor. Imagem do episódio.

Adam Soong (Brent Spiner) chega com alguns capangas borgs, que possuem um visual bem mequetrefe. Acho que a assimilação rápida não deu tempo de dar uma caprichada no figurino… Eles isolam a tripulação no chateau e atacam. Aliás, meio dificil de engolir esse cerco, com Soong tentando se mostrar mau e não conseguindo. Rios é ferido e teletransportado pra clínica para evitar que seja morto. Raffi (Michelle Hurd) e Sete de Nove (Jeri Ryan) criam uma distração pra Picard fugir enquanto tentam elas mesmas chegar na nave onde a Rainha está. Começa um jogo de gato e rato – ou de esconde-esconde se preferir.

Picard se escondendo do cerco inimigo. Imagem: Startrek.com

E no meio desse fogo cruzado, Picard começa a ter flashbacks. Achei interessante o conteúdo deles – finalmente desvendando o mistério sobre a tristeza de sua mãe – mas foram colocados em momentos muito errados, quebrando a sequencia de ação e dispersando a atenção sobre o que estava ocorrendo. Seria legal se essas memórias voltassem de outra forma. Mas ao menos elas foram coerentes com o que se esperava, o que ajuda a abrilhantar um pouco mais Esconde-Esconde.

Picard e seus fantasmas. Imagem: Trekcore

Sem futuro

Sete de Nove teleporta todos os borgs de La Sirena para as paredes do chateau Picard. Infelizmente, a Rainha possuía um bloqueador e continua na nave. Ela derrota Elnor, recupera o controle da nave, fere Raffi e deixa Sete a beira da morte. Então a parte Jurati de sua mente impede que ela execute a amiga. Inicia-se mais um embate mental e psicológico de Jurati e a Rainha Borg, que na minha minha opinião, foram um dos pontos altos dessa temporada. Jurati convence a Rainha que ela pode ser uma salvadora ao invés de uma destruidora e que assimilação pode ser uma vantagem e não uma escravidão aos povos que os borgs intervirem.

A disputa mental entre Agnes e a Rainha Borg. Imagem: Trekcore

A Rainha então salva Sete, deixa um recado enigmático para Picard, teleporta todos pra fora e foge com a nave, com três séculos de vantagem para mudar totalmente o destino da raça borg. Ou seja, essa é só mais uma das inúmeras borboletas pisadas, esmagadas e massacradas nesse e nos demais episódios. Mas enfim, a vida segue – ou não. Descobrimos que Yvette (Madeline Wise), a mãe de Picard, cometeu suicídio e este foi quem descobriu o corpo pendurado no solário.

A grande revelação do episódio. Imagem: Review Star Trek.

Agora os protagonistas precisam descobrir o que está ocorrendo com Q enquanto enfrentam um Soong vingativo que pretende dar um fim na Missão Europa.

Conclusão

Esconde-Esconde ainda não nos revela por que Q está morrendo ou por que ele resolveu colocar Picard no meio dessa farofa toda. Na verdade, se for olhar por esse prisma, a história piora, por que agora temos mais uma charada pra lidar (“Existem duas Reneés, uma que vive e outra que morre”). Mas independente disso, seja para qual for o futuro que os personagens retornarão, duvido que seja o mesmo: eles pisaram em tantas borboletas nesse último episódio (e nos anteriores) que já não há mais salvação para a linha do tempo. De fato, se os borgs ficaram presos nas paredes em 2024, seriam esses os monstros que o jovem Picard enxerga em sua casa séculos depois? Por que dá a entender que eles ficarão lá por tempo indeterminado…

Agnes Jurati é a nova Rainha Borg e acredito que já fica óbvio quem está embaixo da máscara do ser que é transportado para Stargazer no primeiro episódio. Agora será ela uma Rainha nova, mais benevolente ou apenas mais egoísta? Não dá pra saber o que será dos borgs no futuro até o derradeiro último episódio, que irá se desenvolver um tanto rápido, pelo jeito.

A Rainha vendo seu futuro ao ponderar os argumentos de sua contraparte. Imagem: Trekcore

Já Patrick Stewart brilha grandemente nesse episódio, principalmente no derradeiro momento onde ele narra de fundo a morte de sua mãe. O efeito de reversão diminui o impacto da cena de uma forma boa, acompanha a narração de maneira esplêndida e torna esse momento o melhor de todo episódio. Segura o aperto na garganta, por que ele virá.

Esconde-Esconde é bem melhor que seus antecessores, mas com perdão do trocadilho, não esconde seus problemas. A profundidade dada a Picard nesse episódio é muito grande, mas é difícil engolir que um homem com quase cem anos de idade tenha escondido um fato assim por tanto tempo. Seria um trauma tão grande que ele teria um comportamento muito mais danoso do que apresentou de forma íntegra durante sete temporadas e alguns filmes.

Os soldados são tão ruins de mira que mesmo assimilados e melhorados conseguem errar duas mulheres correndo em campo aberto. Stormtroopers, talvez? Estou misturando as franquias… Somando suas mortes, os danos causados por Jurati e o amor colegial de Rios já mandou toda linha do tempo pras cuias, mas os personagens agem como se isso não importasse mais. Provavelmente (guardem minhas palavras), Q vai recuperar seus poderes de alguma forma e devolver tudo ao status quo conhecido (ou quase conhecido) do começo da temporada. Ou talvez Guinan o faça.

De qualquer forma, eu só espero que a temporada não termine nos levando direto ao ponto de partida, ficando aquela sensação amarga de perda de tempo por não ter ido a lugar nenhum. Depois da melhorada na série em Esconde-Esconde, eu ainda tenho esperanças.

Nota: 3,5/5

Anteriormente, em Star Trek: Picard…

STAR TREK: PICARD | Análise crítica de “O Observador de Estrelas” (2×1)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Penitência” (2×2)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Assimilação” (2×3)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Guardiã” (2×4)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Me Leve Para a Lua” (2×5)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Two Of One” (2×6)

STAR TREK: PICARD | Análise do episódio “Monstros” (2×7)

STAR TREK PICARD | Análise do episódio “Mercy” (2×8)

SIGA-NOS nas redes sociais:

FACEBOOK: facebook.com/nerdtripoficial

TWITTER: https://twitter.com/Nerdtrip1

INSTAGRAM: https://www.instagram.com/nerdtripoficial/

TIK TOK: https://www.tiktok.com/@nerdtripoficial?lang=pt-BR

YOUTUBE: https://www.youtube.com/c/NerdtripOficial

VISITE NOSSO SITE: www.nerdtrip.com.br

Leia também:

GAMES | Jogos de graça por Rex – O cachorro nerd.

365 DIAS: HOJE – O erótico broxante | Crítica do Neófito

MEDIDA PROVISÓRIA – “será que a gente nota quando a história está acontecendo?” | Crítica do Neófito

LIGHTYEAR |Porque Marcos Mion irá dublar nosso tão amado Buzz Lightyear?

DE VOLTA AO PASSADO | Príncipe Valente – por REX – O cachorro nerd